São Paulo, quinta-feira, 9 de novembro de 1995
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Efeito México afeta Bolsa e título da dívida

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa paulista fechou com alta de 0,14%. Pouco para quem imaginava um mercado mais animado com a isenção de impostos para os investidores estrangeiros.
O mercado bem que tentou. Abriu em alta. O índice Bovespa chegou a bater em 41.727 pontos. Mas não conseguiu se sustentar.
Depois, o México, de novo, empurrou ainda mais as cotações para baixo. O peso pesou (em toda a América Latina).
O índice da Bolsa paulista oscilou 1.219 pontos ao longo do dia. No mercado futuro, a oscilação foi maior: 2.100 pontos.
Os títulos da dívida externa tiveram a mesma trajetória das Bolsas. Abriram em alta e, depois do México, caíram.
A marca do mercado nos últimos dias tem sido a correlação entre Brasil e México. Um sintoma de que a crise mexicana é mais profunda do que estimavam os analistas internacionais.
O fato é que a instabilidade do peso tornou os investidores muito cautelosos com a região.
Essa cautela acaba prejudicando mais o Brasil do que o próprio México. É que, aqui, a liquidez da Bolsa (a possibilidade de realizar negócios) é maior. O vigor do mercado, por ironia, acaba servindo como um bumerangue.
A partir desta segunda, o mercado fica mais "on-line" com México e Argentina. A Bolsa muda o horário de funcionamento. Vai operar das 11h até as 16h30.
Ontem, o real começou a ser negociado na Bolsa de Chicago. As cotações acompanharam as daqui (da Bolsa de Mercadorias & Futuros) -ou seja, mesmo lá, o real "vale" mais que o dólar.
No primeiro dia, o volume negociado em Chicago é o equivalente a 20 mil contratos dos negociados no Brasil. Na BM&F, o volume foi de 160 mil.
Para se ter um dado de comparação. Em Nova York, até as 18h10, tinha sido negociado 1,4 bilhão de ações da Telebrás. Na Bovespa, o volume negociado foi de 2,25 bilhões.
Nos juros e no câmbio, o dia teve o retrato esperado. O juro, pressionado pela falta de liquidez, obrigou o BC a vender dinheiro cobrando uma taxa-over de 4,36%. No câmbio, o BC comprou dólares a R$ 0,961. Hoje, o juro vai continuar pressionado.

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