São Paulo, quinta-feira, 9 de novembro de 1995
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Produção de veículos cresce 3,7% em 95

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria automobilística brasileira deve produzir, até o final do ano, 1,64 milhão de veículos.
Isso representa aumento de 3,7% em relação a 94, quando as montadoras fabricaram 1,58 milhão de unidades.
A previsão é de Silvano Valentino, presidente da Anfavea (associação dos fabricantes). Ele considera o desempenho do setor em 95 "extremamente modesto", apesar de ser novo recorde da indústria.
O resultado estimado é inferior à previsão feita no início do ano, que previa crescimento de 10%.
Para atingir a meta de 2,5 milhões de veículos produzidos no ano 2000, a indústria considera indispensável crescer a uma taxa média anual de 11,2%.
Valentino diz que é "questão de sobrevivência" um aumento da produção entre 25% e 30% nos próximos quatro anos. "É preciso aumentar a escala de produção para se tornar competitivo em nível mundial".
O presidente da Anfavea define 95 como um "ano complicado" para a indústria, por causa da concorrência com os importados e de restrições ao crédito.Para 96, Valentino está mais otimista: prevê crescimento de 10%.
Para 96, Valentino está mais otimista: prevê crescimento de 10%.
Vendas
Esse resultado foi obtido por causa do desempenho dos importados no primeiro semestre. Para 96, a previsão de crescimento é menor: 5%.
Estoque em alta
No mês passado, a indústria produziu 13,3% mais do que em setembro.
As vendas de veículos nacionais no atacado (da fábrica para a concessionária) cresceram 3,93%. As fábricas comercializaram 58.537 carros "populares", 57,5% do total de automóveis vendidos.
Mas nada impediu que os estoques crescessem 10,2% no período. No final de outubro, as montadoras contabilizavam 149.013 carros nacionais e importados estocados, contra 135.300 em setembro.
O presidente da Anfavea prevê que o "ambiente promocional agressivo" seja mantido até o início de 96, com o objetivo de reeduzir os estoques. Mas não vê possibilidade de nva redução de preços. Segundo Valentino, os fabricantes e os revendedores continuam trabalhando "praticamente" sem lucro.
Ele diz que até o final do mês deve ser divulgado pelo governo a nova política para o setor automobilístico, que será comum aos países do Mercosul. O acordo, afirma, será feito com base no sistema argentino.
O presidente da Anfavea diz que a manutenção da alíquota de 70% para a importação de veículos é indispensável para o equilíbrio da balança comercial.
Mas não acredita que isso dificulte o entendimento com os parceiros na região.
Varejo
A venda de carros novos no varejo (da concessionária para o consumidor) também cresceu em outubro: o resultado foi 6,6% superior ao mês anterior. Em comparação com outubro de 94, o aumento de vendas foi de 15,7%.
O desempenho do setor de carros usados foi semelhante: crescimento de 6,3% em outubro, com 32.997 unidades negociadas.

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