São Paulo, quinta-feira, 9 de novembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Lei do Inquilinato é ignorada

RODRIGO AMARAL
DA REPORTAGEM LOCAL

Quatro anos depois de promulgada, a Lei do Inquilinato permanece praticamente ignorada. Cerca de 79% dos inquilinos e 55% dos proprietários de imóveis residenciais em São Paulo não conhecem seu conteúdo.
Essa é a principal conclusão de pesquisa divulgada ontem pelo Secovi-SP (sindicato que reúne construtoras e imobiliárias).e a Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP).
Nos últimos seis meses, foram entrevistados 543 inquilinos e 121 proprietários de imóveis alugados.
Entre os que conhecem a lei, 84% dos inquilinos e 70% dos proprietários se consideram prejudicados por ela.
A pesquisa mostra que a maior parte dos inquilinos mora em condições desfavoráveis. Em média, três pessoas vivem em cada dormitório de imóveis alugados.
A manutenção física também é motivo de reclamações. "Dos imóveis pesquisados, 25% apresentam problemas de umidade nas paredes e outros 25%, defeitos nas janelas", diz o professor José Afonso Mazzon, da USP, que coordenou a pesquisa.
O levantamento se resumiu a casas e apartamentos. Foram excluídos cortiços e favelas.
A pesquisa mostrou que prevalece uma relação tranquila entre as partes. Três quartos dos inquilinos disseram não ter queixas dos proprietários.
Metade dos contratos de locação são firmados sem as imobiliárias e 22% dos aluguéis são acordados verbalmente.
A pesquisa também revelou que só 5% dos imóveis locados em São Paulo foram construídos nos últimos cinco anos.
"Isso mostra como a interferência do governo na economia tem inibido o mercado", diz Ricardo Yazbek, do Secovi-SP

Texto Anterior: Produção de veículos cresce 3,7% em 95
Próximo Texto: Entidade detecta juros elevados no comércio
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.