São Paulo, quinta-feira, 9 de novembro de 1995
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Relator é aliado do governo e terá mais poder

GUSTAVO PATÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Caso o deputado Benito Gama (PFL-BA) seja confirmado como relator da MP das fusões de bancos, o governo terá ganho um aliado de peso e o parlamentar mais poder para legislar sobre o sistema financeiro.
Benito já é o relator da Comissão Especial do Sistema Financeiro, encarregada de regulamentar pontos da Constituição como o limite dos juros em 12% anuais e a reserva de mercado para bancos nacionais.
O relator tem o poder de acatar ou não modificações nos projetos que serão votados. No caso da MP das fusões, por exemplo, pode manter a proposta do governo ou fazer um projeto substitutivo.
Pelas declarações de Benito, ontem, a proposta do governo não corre riscos. "Não vai ter uso de dinheiro público; a MP não foi elaborada para beneficiar o (Banco) Econômico", disse.
Quando o Econômico sofreu intervenção do BC, em agosto, todo o PFL baiano pressionou o governo para reabrir o banco. Na época, Benito chamou o grupo de "a equipe econômica do senador Antônio Carlos Magalhães".
No caderno Eleições S/A, publicado no mês passado, a Folha revelou que Benito Gama recebeu R$ 80 mil de bancos em sua campanha eleitoral, segundo foi declarado à Justiça eleitoral.
Como a MP das fusões permite que bancos recebam empréstimos em garantia de créditos podres contra o governo, o Econômico poderá conseguir cerca de R$ 1,5 bilhão sem pagar o financiamento.

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