São Paulo, quinta-feira, 9 de novembro de 1995 |
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"O Mandarim" e "Caligrama" abrem a competição em Brasília
JOSÉ GERALDO COUTO
Ambos são produções marcadamente pessoais e ousadas. "O Mandarim", inspirado na trajetória do cantor Mário Reis, é uma leitura complexa da história da música popular brasileira e de seu lugar no mundo. Conta no elenco com astros da MPB como Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Gal Costa e Edu Lobo. O cinema de Bressane costuma dividir o público e os jurados em Brasília. Na última vez que foi ao festival, em 1989, o cineasta ganhou o Candango de melhor direção com "Os Sermões", mas perdeu o de melhor filme para "Que Bom Te Ver Viva", documentário de Lucia Murat sobre tortura. Único média-metragem do festival, "Caligrama" (29 min.) é um ensaio em preto-e-branco sobre os moradores de rua. Mistura sequências em cinema e vídeo, cenas documentais e encenadas, atores profissionais e mendigos verdadeiros. O resultado, distante da "denúncia social" e da piedade burguesa, é perturbador. Há algo de irreal e vertiginoso no filme, como se os personagens retratados vivessem não apenas à margem da sociedade, mas numa outra dimensão existencial. Outro ponto alto é a perfeita integração dos atores -Jofre Soares, Leonardo Villar, Jonas Bloch- ao universo dos sem-teto. Texto Anterior: Brasil tem excesso de locadoras Próximo Texto: Religiões têm muitas repetições Índice |
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