São Paulo, quinta-feira, 9 de novembro de 1995
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Powell descarta candidatura à Presidência

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O general Colin Powell eliminou ontem a possibilidade de concorrer à Presidência dos Estados Unidos na eleição de novembro do ano que vem.
O ex-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas aparecia nas mais recentes pesquisas de intenção de voto à frente do presidente Bill Clinton.
Embora tenha dito que não vai se dedicar à política no futuro imediato, Powell anunciou sua filiação ao Partido Republicano, de oposição ao governo.
Ele também negou de maneira categórica que possa se candidatar à Vice-Presidência em 1996 e se recusou a endossar qualquer dos dez atuais aspirantes à candidatura pelo Partido Republicano.
Powell, 58, deixou aberta, no entanto, a possibilidade de vir a se candidatar na eleição do ano 2000: "O futuro é o futuro", disse.
Os beneficiários imediatos da decisão de Powell são o senador Bob Dole, favorito na disputa pela candidatura republicana, e o presidente Clinton.
Dole, 72, recebeu a notícia no Estado de New Hampshire, Costa Leste do país, onde em fevereiro se realiza a primeira eleição primária da campanha. Ele recebeu ontem o apoio do governador do Estado, Steve Merrill.
O senador disse que gostaria de ganhar o endosso também de Colin Powell.
Clinton, 49, se negou a comentar a decisão de Powell. Seu porta-voz, Mike McCurry, disse que o presidente a "respeita profundamente".
As especulações sobre a candidatura de Powell aumentaram nas últimas semanas, quando ele excursionou pelo país para lançar sua autobiografia, o livro deste gênero mais vendido na história dos EUA.
Powell se filiou ao Partido Republicano, apesar de ter sido criticado por vários de seus líderes devido a algumas de suas suas convicções.
Ele tem se declarado a favor do direito de aborto e do controle de venda de armas e contra a obrigatoriedade de orações em escolas públicas.
O general afirmou ter decidido não concorrer devido a razões familiares e por "não ter ouvido o chamamento" que a candidatura requer.
Ele criticou a "falta de civilidade" no debate político no país.
Embora tanto ele quanto sua mulher, Alma, tenham negado que preocupações com sua segurança pessoal tenham tomado parte na decisão, vários amigos da família dizem que esse foi um dos fatores que a determinaram.
Powell era amigo de Yitzhak Rabin, premiê israelense assassinado a tiros no sábado, que havia sido chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Israel, e disse ter se sentido chocado com a morte dele.

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