São Paulo, sexta-feira, 10 de novembro de 1995
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Polícia descobre arsenal na casa de Amir

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Detetives da polícia israelense descobriram ontem um arsenal de armas e explosivos nos fundos da casa do assassino confesso de Yitzhak Rabin, Yigal Amir, 25.
Amir confessou o crime à polícia pouco depois de cometê-lo, no sábado passado, em Tel Aviv, depois de um comício pela paz.
Os policiais chegaram à casa de Amir com cachorros e equipamento de alta sensibilidade para poder detectar os explosivos, que estavam escondidos.
Os policiais os acharam dentro de grandes caixas enterradas nos fundos da casa.
Também foram encontrados explosivos sob o telhado. Havia granadas, detonadores e artefatos para explosão de vários tipos.
Agentes da polícia saíram na tarde de ontem da casa de Amir com as bolsas cheias de explosivos. De acordo com alguns policiais, foi encontrada uma pistola com silenciador.
Hagai, irmão de Yigal que também está preso como suspeito de fazer parte de uma conspiração para matar Rabin, teria escondido o arsenal nos fundos da casa.
Ele admitiu ter produzido as balas dundum (proibidas em guerras) que mataram o premiê.
"Existem explosivos suficientes para deixar qualquer grupo terrorista orgulhoso", disse um policial que estava no local.
Os pais dos dois irmãos se disseram chocados com o arsenal descoberto pela polícia na casa.
"Só Deus sabe por que meu filho ignorou os ensinamentos religiosos da família", disse a mãe, Geula Amir.
Seu marido, Shlomo, um escriba, pediu para saber o poder dos explosivos. "Daria para explodir a casa inteira", disse um policial.
A casa, localizada em Herzliya, ao norte de Tel Aviv, teria se tornado um laboratório de fabricação de armas, segundo a polícia.
O descobrimento do arsenal na casa de Amir pode ter levado o ministro da Polícia de Israel, Moshe Shahal, a anunciar que Amir foi apoiado por grupo extremista clandestino em seu atentado contra a vida do premiê.
Os pais de Yigal foram interrogados e disseram não ter conhecimento nem do arsenal, nem de que pode ter havido um plano para matar o premiê.
Israel investiga conexão de Yigal Amir e seu irmão com o grupo de extrema direita Eyal (Organização Judaica Nacional) e outros estudantes da Universidade Bar-Ilan. A instituição religiosa é apontada como um centro de judeus contrários à paz com os palestinos.

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