São Paulo, sexta-feira, 10 de novembro de 1995
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Túmulo de direitista é depredado

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O túmulo do rabino Meir Kahane, inspirador do grupo radical Kach (Kahane Vive), foi ontem depredado e pichado com tinta branca, segundo a rádio militar de Israel. O rabino foi morto por um extremista judeu em Nova York, em 1990, quando discursava.
O Kach é um grupo que prega a supremacia judaica. É apoiado por extremistas, principalmente colonos judeus das colônias na Cisjordânia.
O grupo se opõe aos acordos de paz entre Israel e a OLP.
Na terça-feira, um homem judeu espalhou tinta preta e quebrou lâmpadas que enfeitavam o túmulo do colono judeu Baruch Goldstein.
Goldstein foi linchado depois de matar 29 palestinos que rezavam em uma mesquita de Hebron em fevereiro do ano passado. Ele pertencia ao grupo Kach, que foi colocado na ilegalidade depois do massacre.
O autor da depredação ao túmulode Kahane afirmou que o ato foi um protesto contra o assassinato do primeiro-ministro Yitzhak Rabin.
O líder ultradireitista Benyamin Kahane, filho do rabino Meir Kahane, pediu ontem à Suprema Corte de Israel autorização para fazer uma manifestação em homenagem a Rabin. Os juízes negaram o pedido.
Um porta-voz do Likud, principal partido de oposição de Israel, anunciou que queimou todo o material de propaganda que tinha contra Rabin.O porta-voz negou que a medida tenha ligação com as investigações da morte do premiê.
A universidade onde estudava Yigal Amir, que confessou ter matado Yitzhak Rabin, anunciou que deve expulsar um estudante que divulgou pela rede de computadores Internet mensagem que festejava a morte do premiê.
Segundo o jornal israelense "Jerusalem Post", a mensagem dizia: "Bom feriado a todos. O bruxo está morto".
Um dos principais dirigentes do grupo radical palestino Hamas disse que os palestinos estão contentes com o assassinato do premiê Yitzhak Rabin.
"Vejo as mulheres que perderam seus maridos, as crianças que perderam seus pais e as pessoas que esperavam que seus familiares presos regressem dos cárceres israelenses e penso que estão contentes", disse em Gaza Mahmud a-Zahar, dirigente e principal porta-voz do grupo.

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