São Paulo, sábado, 11 de novembro de 1995
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Secretário da Saúde diz que sua saída foi ato de injustiça de Maluf

CLAUDIO AUGUSTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Getúlio Hanashiro (PPB) disse ontem que a sua saída da Secretaria da Saúde foi "um ato de injustiça" do prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (PPB). Hanashiro pode deixar o partido.
Na segunda-feira, o secretário Roberto Paulo Richter (Planejamento) assume a Saúde. Ele vai acumular as duas pastas.
Richter vai tentar acelerar a implantação do PAS (Plano de Atendimento à Saúde).
O PAS prevê a transferência dos hospitais e postos de saúde da prefeitura para o controle de cooperativas formadas por médicos e funcionários licenciados do serviço público municipal.
As cooperativas receberão R$ 10,00 por morador cadastrado. Para ser atendido pelo PAS, o paciente precisa comprovar residência em São Paulo. Não há nenhuma cooperativa funcionado.
Para Maluf, o PAS vai ajudar a resolver a crise que a rede pública municipal enfrenta hoje.
"O Hanashiro é um grande planejador, mas a velocidade de implantação do PAS não estava de acordo com a minha vontade", afirmou o prefeito. "Ele pode ocupar um outro posto no governo."
Não é essa a disposição de Hanashiro, que havia trocado o PSDB pelo PPR -um dos partidos que deram origem ao PPB.
"Depois de um ato de injustiça desse, você precisa fazer uma reavaliação geral", disse.
"Durante dez meses, eu fui saco de pancadas defendendo o PAS, enfrentando a oposição. No momento da implantação, fui cerceado. O culpado desse processo é o Richter", afirmou Hanashiro.
Para Hanashiro, Richter queria derrubá-lo para assumir a secretaria que "no ano que vem terá o maior orçamento" e pode dar dividendos políticos.
Sobre a possível volta para o PSDB, Hanashiro afirmou: "Não digo nem não, nem sim."
A Folha ligou várias vezes para o secretário Roberto Paulo Richter, mas não obteve retorno.
Adesões
Na segunda-feira, os vereadores Nelo Rodolfo, Edson Simões, José Índio e Faria Lima trocam o PMDB pelo PPB. Eles já apoiavam Maluf.

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