São Paulo, segunda-feira, 13 de novembro de 1995
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Unimed lidera mesmo sem fazer publicidade

VERA BUENO DE AZEVEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

Pelo segundo ano consecutivo, a Unimed foi a marca mais lembrada entre os planos de saúde, na pesquisa feita pelo Datafolha para o Top of Mind.
O percentual de entrevistados que citaram o sistema cresceu de 15% em 1993 (quando ficou em segundo lugar, perdendo para a Golden Cross) para 18% em 94 e 26% neste ano.
Essa evolução é resultado de uma mudança na estratégia da cooperativa, visando aumentar sua penetração nos grandes centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro, diz Edmundo Castilho, presidente da Unimed do Brasil.
Tradicionalmente forte nas cidades menores, do interior, a Unimed investiu este ano nas grandes metrópoles, onde enfrenta concorrência mais acirrada das administradoras de planos de saúde e empresas de medicina de grupo, como Golden Cross, Amil, Blue Life etc.
O resultado, segundo Castilho, foi bastante animador. Apenas em São Paulo, o sistema deve atingir até o final do ano a marca de 400 mil usuários, contra 300 mil em 1994. "Também crescemos muito no Rio de Janeiro, em Porto Alegre, Belo Horizonte e Fortaleza", diz ele.
Para o presidente da Unimed, a estabilização da economia, com o Plano Real, foi fator determinante no fortalecimento da marca. "Com os preços mais estáveis, ficou mais fácil administrar custos e oferecer melhores serviços aos usuários, valorizando a imagem do sistema", afirma.
Segundo Castilho, a Unimed reduziu as limitações e aumentou a abrangência de seus planos, passando a atender doenças que em geral são excluídas dos contratos dos planos de saúde.
"Nosso objetivo é cumprir a determinação da circular 1.401, do Conselho Nacional de Medicina, segundo a qual os planos devem atender todas as doenças reconhecidas, inclusive as infecto-contagiosas, como a Aids", diz ele.
Além disso, a Unimed diversificou seus produtos para atender às necessidades das várias classes de renda da população. "Temos hoje planos para as mais diversas camadas de poder aquisitivo", afirma Castilho.
Outra preocupação foi unificar os procedimentos de venda, especialmente nos grandes centros, onde foram criadas centrais de atendimento.
"Tínhamos um marketing amador; procuramos profissionalizá-lo, padronizando nossos sistemas de vendas e falando uma linguagem única", diz o presidente da Unimed do Brasil.
Publicidade não faz parte da cultura da Unimed, afirma Castilho. "O sistema é voltado para a satisfação do usuário, oferecendo produtos de qualidade. Com isso, divulgamos nossa marca."
Segundo ele, enquanto "uma grande administradora de plano de saúde está gastando 17% de seu faturamento com publicidade, neste ano, a Unimed não vai investir nem 1% na área".
A estratégia parece estar dando bons resultados. Num segmento da economia que movimenta por ano cerca de US$ 4,5 bilhões (cerca de 10% do PIB - Produto Interno Bruto do país, "segundo fontes do governo", diz Castilho), a Unimed faturou em 95, com vendas de planos, R$ 2,2 bilhões.

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