São Paulo, segunda-feira, 13 de novembro de 1995
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Omo se consolida como marca mais lembrada

NELSON BLECHER
DA REPORTAGEM LOCAL

Desde que o Datafolha deu início, em setembro de 1991, à série de levantamentos para investigar as marcas que estão na cabeça do brasileiro, nenhuma outra marca das diferentes categorias pesquisadas obteve índice de reconhecimento tão elevado como o Omo, da Gessy Lever.
Citado em primeiro lugar por 85 entre 100 consumidores quando o assunto é sabão em pó, a marca Omo mantém à distância a segunda colocada na pesquisa, seu concorrente Quanto (5%), da Bombril.
Lançado inicialmente no Reino Unido, nos anos 40, a primeira embalagem de Omo continha a ilustração de uma coruja. A sonora marca significa, em inglês, "Old Mother Owl" ("velha mamãe coruja).
Já na década seguinte, o produto aterrissava no mercado brasileiro, onde ajudou a influenciar mudanças de hábitos de limpeza da dona-de-casa -papel semelhante ao desempenhado pela maionese Hellman's na culinária.
Na época, era mais comum lavar roupa com sabão em barra. A marca pioneira dos sabões industrializados, Rinso, não ultrapassava 3.000 toneladas mensais.
Com apelo de primeiro detergente sintético, Omo assumiu a liderança de vendas e, desde então, vem sustentando uma liderança imbatível.
Sua atual participação no mercado de detergentes -que, no Brasil, movimenta cerca de 400 mil toneladas anuais em volumes e faturamento próximo de US$ 1 bilhão- atinge 53,5%, seguido de Minerva (17%) e Quanto (10,5%).
Trata-se da segunda marca de sabão em pó mais vendida em um país. Por esse critério, só perde para o Tide, nos EUA.
A Gessy Lever, que possui cerca de 170 produtos em seu portfolio, não revela qual a fatia de Omo em seu faturamento, que atingiu US$ 3,4 bilhões em 1994.
Pode-se estimar, com base na representatividade de mercado, que o produto gera receita anual acima de US$ 500 milhões.
A Gessy Lever domina o setor de detergentes. Somadas as marcas Minerva, Campeiro e Mago, sua participação nas vendas é superior a 70%.
Há um ano, a companhia duplicou sua capacidade instalada ao inaugurar uma fábrica em Vespasiano (MG), capaz de produzir 300 mil toneladas anuais.
"Temos sido pioneiros em inovação", afirma Ronald Rodrigues, diretor de assuntos corporativos da Gessy Lever. "A cada três anos, no mínimo, esse produto recebe algum tipo de novidade tecnológica".
O filhote mais recente da linha é o Omo Progress, lançado em junho passado, que contém um alvejante mais poderoso batizado de "sistema bleach".
Levantamento da Nielsen indicam que os investimentos publicitários na categoria são ascendentes, tendo saltado de US$ 29,5 milhões em 1994 para US$ 31,3 milhões neste ano -até o mês de setembro.
A Gessy Lever responde pela maior fatia: US$ 13 milhões, dos quais cerca de US$ 8 milhões são destinados às campanhas da marca Omo.
Segundo Rodrigues, a mídia eletrônica canaliza 90% dessa verba. O mesmo levantamento indica que o concorrente Quanto, da Bombril, já investiu US$ 8,6 milhões no mesmo período.

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