São Paulo, segunda-feira, 13 de novembro de 1995 |
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Souza Cruz vai investir em Cuba US$ 10 milhões
FERNANDO PAULINO NETO
Monteiro de Castro disse que haverá em Cuba dois tipos de fumo: o Negro, que é o preferido dos cubanos, e o Virgínia, que é o produzido no Brasil. Os investimentos para a fábrica são de US$ 10 milhões. No primeiro momento, o fumo Virgínia a ser utilizado nos cigarros cubanos será importado do Brasil, mas dentro de um ano ele será produzido em Cuba. Para isso, a Souza Cruz está fazendo um programa de treinamento para a produção desse tipo de fumo. As primeiras sementes já estão sendo exportadas para Cuba. Segundo Monteiro de Castro, um dos problemas culturais que a Souza Cruz enfrentou para montar sua fábrica em Havana, a capital de Cuba, foi com a mão-de-obra. Em Cuba, uma fábrica não tem o direito de escolher seus funcionários. Ela tem que dizer para o sindicato da categoria de quantos funcionários precisa e o sindicato os indica para a empresa. Monteiro de Castro diz que conseguiu negociar um meio-termo. A Souza Cruz pode recusar funcionários indicados pelo sindicato que não se adaptarem às necessidades da empresa. Nesse caso, o sindicato indicará outros. No início, os cigarros cubanos da Souza Cruz, que se associou localmente à Uneta (União de Empresas de Tabaco) para criar a Brascuba Cigarillos S/A, serão vendidos apenas em cerca de 500 lojas que negociam com dólares (específicas para turistas). Mas, no futuro, a Souza Cruz espera explorar todo o mercado cubano. Deverão ser vendidas duas marcas: uma cubana, que pertencia à Uneta -o cigarro Popular-, e uma brasileira, cujo nome Monteiro de Castro não quis revelar. Muito provavelmente, a marca escolhida deve ser a Continental, um cigarro de sabor forte, mais apropriado ao gosto do cubano. Segundo Monteiro de Castro, a Souza Cruz as embalagens dos cigarros vendidos em Cuba terão uma nova programação visual, pois o "design" dos produtos cubanos ainda é muito atrasado. O consumo per capita de cigarros em Cuba já foi de 2.300 unidades/ano. Atualmente, por conta das dificuldades que o país atravessa, caiu para 1.300 cigarros/ano por pessoa. No Brasil, o consumo per capita não chega a mil. Texto Anterior: O subdesenvolvimento e os pacotes Próximo Texto: Juros em novembro são os menores do Real Índice |
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