São Paulo, segunda-feira, 13 de novembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fiel da balança

CIDA SANTOS

Estes dez primeiros dias da Copa do Mundo de Vôlei já deixaram uma questão no ar: será que é certo os EUA disputarem esse torneio, que vale três vagas para a Olimpíada? Já classificado, o time norte-americano vive um clima bem diverso das outras 11 seleções. Não fez a mesma preparação e nem sofre da tensão que atormenta os adversários.
Jogando a Copa do Mundo como se fosse um grande amistoso, os EUA acabam se tornando o fiel da balança. No vôlei feminino ficou claro o perigo que a equipe representava logo nas primeiras rodadas, quando perdeu para a Coréia e Croácia. Ou seja: o time dos EUA, campeão do Grand Prix, poderia perder dos mais fracos, ganhar dos mais fortes e deixar o torneio todo embolado.
Não à toa, na véspera do jogo contra as norte-americanas, a levantadora Fernanda Venturini não se conteve. Disse que não era certo elas disputarem o torneio. O argumento da brasileira foi perfeito: sem a mesma motivação das outras seleções, os EUA estavam perdendo para adversários mais fracos e colocando mais candidatos no páreo por uma vaga em Atlanta.
Com essa mesma preocupação, a seleção masculina estréia sábado na Copa do Mundo justamente contra os EUA. Uma derrota, que poderia até ser remediada com a combinação de outros resultados, pode ser fatal caso os norte-americanos resolvam não jogar bem contra os adversários seguintes.
Alô, alô, Ruben Acosta, presidente da Federação Internacional, vai aqui uma sugestão. Que tal uma dupla pontuação na Copa do Mundo? Uma definiria o campeão e o "ranking" final do torneio. A outra decidiria os três classificados para a Olimpíada. Nesta última, os jogos contra os EUA não valeriam pontos.
Quanto ao Brasil, o time caminha bem em direção a uma vaga em Atlanta. A seleção tem mostrado um ataque da pesada. Nenhuma outra equipe tem a mesma variedade de jogadas. As brasileiras estão atacando de todos os cantos da quadra. Ana Moser tem batido até uma nova bola: da posição cinco, aquela última região do fundo da quadra antes de a jogadora ir para a rede.
Nesta semana, o desafio é passar pela conexão asiática: os jogos chaves são quarta-feira contra a China e quinta contra o Japão. Depois dessas duas partidas, o time pode relaxar e enfrentar o Peru na sexta-feira em ritmo de comemoração pela conquista da vaga.

Texto Anterior: Atlético empata em Madrid com o "lanterna"
Próximo Texto: Notas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.