São Paulo, segunda-feira, 13 de novembro de 1995
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ONU terá controle sobre Eslavônia Oriental

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo da Croácia e os rebeldes sérvios assinaram ontem um acordo que define o futuro da Eslavônia Oriental, última região sob controle sérvio em território croata.
O documento, assinado por Hrovoje Sarinic, chefe de gabinete do presidente croata Franjo Tudjman, e por Milan Milanovic, em nome dos separatistas sérvios, define que a região passa a ser administrada provisoriamente pela Organização das Nações Unidas.
Entre os 12 pontos do acordo, foi definido um período de transição de um ano, renovável por mais 12 meses a pedido de uma das partes, durante o qual a região deverá ser desmilitarizada.
Depois que o acordo for ratificado pelo Conselho de Segurança da ONU, a primeira medida será a ocupação do território por uma força militar internacional de paz.
Num prazo de um mês, todas as forças presentes na região deverão depor armas.
Um mês antes da conclusão do período de ocupação internacional serão realizadas eleições que devem assegurar a criação de comunidades sérvias.
A principal tarefa da administração a cargo da ONU será garantir os direitos das minorias étnicas, o que deve permitir o retorno dos 100 mil croatas que fugiram da Eslavônia depois da proclamação da República Sérvia de Krajina.
Outra medida deve ser evitar uma nova onda de migração de sérvios, que buscaram refúgio na região no momento do avanço croata.
A Eslavônia Oriental representa pouco mais de 4% do território croata e fica na fronteira com a Sérvia.
O território foi o único que o Exército croata não reconquistou durante ofensiva militar no último mês de agosto.
Ao anunciar o acordo, o embaixador norte-americano Peter Galbraith, mediador das negociações, disse que se trata de uma iniciativa "histórica, já que "pela primeira vez no conflito, uma disputa foi resolvida por meio de um acordo e não por meio das armas.
Para a diplomacia internacional, o acordo representa um êxito, num momento em que crescia o temor de um possível novo confronto por causa da concentração de tropas croatas na fronteira coma Eslavônia Oriental.
Para as autoridades de Zagreb, o acordo marca um reconhecimento implícito da Eslavônia Oriental como território croata.
Para os sérvios foi respeitada a permanência de sua etnia na região, principal ponto de suas reivindicações.
Em meio às reações otimistas, alguns analistas apontaram que a soberania sérvia sobre território croata, principal problema que surgiu com a República da Krajina, continua sem solução.

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