São Paulo, segunda-feira, 13 de novembro de 1995
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Israel começa hoje retirada de Jenin

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Israel deve retirar hoje suas tropas da cidade de Jenin, na Cisjordânia, território que ocupou na Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Será a primeira retirada de território ocupado desde os acordos para a devolução da Cisjordânia, firmados entre Israel e Organização para a Libertação da Palestina (OLP) em setembro passado.
Também será a primeira retirada após o assassinato do premiê Yitzhak Rabin, no último dia 4.
Hoje cerca de 500 policiais palestinos devem chegar a Jenin para substituir os israelenses. Policiais israelenses e palestinos se reuniram ontem para acertar a entrega.
Na faixa de Gaza, território sob administração autônoma palestina, o líder Iasser Arafat foi ontem o primeiro eleitor a se registrar para as eleições gerais palestinas previstas para janeiro próximo.
Mais de 7.000 professores na Cisjordânia, na faixa de Gaza e em Jerusalém oriental (territórios ocupados em 1967) começaram a fazer visitas de porta em porta para registrar os eleitores palestinos e explicar seus direitos.
A população palestina deverá eleger um conselho legislativo e executivo de 82 membros e um presidente. O favorito ao posto é o líder da OLP, Iasser Arafat.
"É o começo da identidade e da legalidade palestinas, o primeiro forte passo dos palestinos rumo a um Estado palestino independente", disse Arafat logo depois de ter se registrado.
Segundo Hassan Abu Libdeh, chefe do Escritório Central Palestino de Estatísticas, a população palestina nos territórios ocupados chega a 2,5 milhões. Ele estima que o número de eleitores deve atingir 1,2 milhão.
O governo de Israel relaxou o controle sobre as fronteiras com a Cisjordânia e com Gaza, imposto após o assassinato de Rabin.
Segundo um porta-voz do Exército, foi liberada a entrada de trabalhadores palestinos com mais de 23 anos. O premiê interino, Shimon Peres, afirmou que devem ser concedidas mais 6.500 permissões de trabalho a palestinos.
No Cairo (Egito), o comitê executivo da OLP se reuniu para preparar o diálogo com a organização fundamentalista Hamas (Movimento de Resistência Islâmica), contrária à paz com Israel.
No diálogo com os dirigentes do Hamas, Arafat pretende oferecer participação nas eleições de janeiro em troca da interrupção de ataques suicidas contra alvos israelenses e judaicos.
Arafat anunciou que vai presidir pessoalmente a delegação da OLP.

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