São Paulo, terça-feira, 14 de novembro de 1995 |
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Atentado mata seis na Arábia Saudita
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
Seis pessoas morreram, quatro delas cidadãs dos EUA. Outras 60 ficaram feridas, 34 das quais norte-americanas. O presidente dos EUA, Bill Clinton, prometeu dedicar "um esforço enorme" para descobrir os responsáveis pelo atentado. Uma equipe de 12 agentes da polícia federal norte-americana (FBI) embarcou ontem para Riad para ajudar nas investigações. Dois grupos, o Movimento para Mudança Islâmica e o desconhecido Tigres do Golfo, reivindicaram a autoria da explosão. O Movimento para Mudança Islâmica divulgou em abril manifesto em que prometia usar "todos os recursos" para expulsar militares de países ocidentais estacionados na Arábia Saudita. A Casa Branca, sede do governo dos EUA, disse ainda não estar segura se essas entidades foram de fato as responsáveis pelo atentado. Segundo o porta-voz do presidente Clinton, Mike McCurry, o governo também ainda não sabe os motivos do atentado. A Arábia Saudita, maior exportador de petróleo do mundo, é tradicional aliada política e militar dos Estados Unidos. O país ocupa 70% da península árabe, entre o mar Vermelho e o Golfo Pérsico, e faz fronteira com Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Iraque, Kuait, Iêmen e Omã. A população é de cerca de 8 milhões de pessoas. A Arábia Saudita é uma monarquia. O atual rei, Fahd, está no poder desde 1982. O príncipe herdeiro, Abdullah bin Abdez-Azis, é o comandante da guarda nacional. O programa de cooperação cuja sede foi destruída ontem existe há 22 anos e seu orçamento em 1994 foi de US$ 2 bilhões. Diversos grupos fundamentalistas muçulmanos condenam qualquer presença de militares na Arábia Saudita, onde alguns dos mais cultuados templos do islamismo se localizam, em especial em Meca, a capital religiosa do Islã. O número de militares norte-americanos no país aumentou a partir de 1990, quando a Arábia Saudita serviu como principal base para as operações dos EUA na Guerra do Golfo. O mais recente ataque a instalações militares dos EUA na Arábia Saudita ocorreu durante a guerra, em 1991, quando um míssil iraquiano atingiu uma base norte-americana e matou 20 pessoas. Ainda não está claro se a explosão de ontem foi provocada por uma ou duas bombas e se algum veículo foi utilizado. O edifício, de três andares, foi destruído por completo, assim como diversos carros que se encontravam no estacionamento. Cerca de 200 pessoas, a metade americanos, estavam no prédio às 11h30 (6h30 em Brasília), quando o atentado aconteceu. Um dos outros mortos era filipino, e a identidade da sexta vítima não foi revelada. Entre os feridos estavam as mulheres de dois funcionários civis de uma empresa dos EUA que vende equipamentos militares para a Arábia Saudita. Texto Anterior: Atentados ferem 25 pessoas na Argélia; O NÚMERO; Ieltsin retoma rotina de trabalho no hospital; Justiça deve confirmar extradição de Priebke; Líder guerrilheira morre no Sri Lanka; 'Casa dos Horrores' pode ter mais mortes; China condena dono de discoteca por fogo Próximo Texto: Israel ataca guerrilha no Líbano Índice |
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