São Paulo, quarta-feira, 15 de novembro de 1995 |
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Luz crê em complô para afastá-lo da polícia
SERGIO TORRES
Luz disse à Folha que desse esquema participa o que chamou de "naftalina" da polícia. "Naftalina" é o termo com que ele define os policiais antigos, seus inimigos na Polícia Civil. A possibilidade de pedir demissão do cargo não está sendo cogitada, segundo Luz. "Por que eu tenho que entregar o cargo? O dia que o general (Nilton Cerqueira, secretário da Segurança) quiser ele me chama e manda embora", disse Luz, 49. O delegado chefia a Polícia Civil desde junho. Foi uma escolha pessoal de Nilton Cerqueira, que, um mês antes, o levara para a DAS (Divisão Anti-Sequestros). Nesses cinco meses no cargo, Luz ampliou seu leque de inimigos. Crítico da corrupção policial, Luz nunca foi apreciado pela maioria dos policiais. Ao assumir, Luz decidiu enfrentar a "naftalina" ou "banda podre da polícia", expressão que também costuma empregar. O fracasso da Polícia Civil na apuração dos sequestros prejudicou Luz, que, ao longo dos meses, perdeu aliados e somou derrotas. Na tentativa de tirar o poder da "banda podre", Luz apostou nos delegados novatos. Seu preferido era Alexandre Neto, nomeado para a DAS. A demissão de Neto por ordem do governador Marcello Alencar (PSDB) foi um golpe em Luz. O golpe seguinte veio anteontem, com a nomeação do delegado Luiz Gonzaga Costa para a Inspetoria Geral das Polícias. Costa, 70, é um inimigo recente. Ele e Luz eram bastante chegados até que a Corregedoria de Polícia Civil -dirigida por Costa- passou a investigar supostas ações irregulares de policiais ligados à chefia policial. A nomeação para a Inspetoria representa uma ascensão funcional para Costa, que agora está incumbido de fiscalizar os procedimentos de Luz e seus homens de confiança. A participação de Nilton Cerqueira e do governador em um complô com o objetivo de "fritá-lo" é rechaçada por Luz. "Isso é besteirol", disse ele. Texto Anterior: Filme Kids mostra o caos? Próximo Texto: Moradores acusam PM de extorsão Índice |
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