São Paulo, quarta-feira, 15 de novembro de 1995
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Moody's mantém avaliação do Nacional

MILTON GAMEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

A Moody's Investors Service, agência americana de classificação de riscos empresariais, não vai rebaixar a nota do Banco Nacional, que estava sob revisão há cerca de duas semanas.
A informação foi prestada pela Moody's, na tarde de ontem, por telefone, à diretoria do Nacional.
"Após uma análise minuciosa de nossos ativos, os analistas de riscos da Moody's concluíram que não havia motivos para rebaixamento", disse Geliniberti Aguiar, diretor-tesoureiro do banco.
A decisão da Moody's -que deverá emitir nota oficial a respeito- trouxe alívio aos executivos do Nacional, pois um rebaixamento da classificação poderia prejudicar a captação de depósitos pelo banco no Brasil e no exterior.
Atualmente, a agência classifica o risco do Nacional como D+, equivalente às notas dadas aos bancos Bamerindus (que também teve a revisão de sua nota anunciada pela Moody's), Real e Safra.
A agência americana dá nota C ao Unibanco e C+ ao Bradesco. O risco Brasil é considerado B1 pela Moody's.
O Nacional enviou comunicado ontem à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) dizendo que não tinha nada de relevante a informar sobre uma possível fusão com o Unibanco. As ações de ambos os bancos continuaram suspensas nas Bolsas ontem, pelo segundo dia, por ordem da CVM.
O motivo da suspensão foi o crescimento dos rumores sobre a fusão das duas instituições, que criaria o maior banco privado do país.
Procurados pela Folha, ambos voltaram a negar os rumores.
Segundo comentários no mercado financeiro, o Nacional seria absorvido pelo Unibanco e a família Magalhães Pinto, dona do primeiro, receberia ações do banco da família Moreira Salles.
Só faltaria definir o preço das ações ordinárias (com direito a voto) do Nacional e a participação dos Magalhães Pinto no novo banco, comenta-se no mercado.
A última cotação das ações preferenciais do Nacional foram de R$ 18,60 por lote de mil ações, correspondendo a 35,9% do valor patrimonial contábil da instituição. Se fosse vendido ao Unibanco, o Nacional teria um preço um pouco superior ao valor de Bolsa, algo na casa dos 40% do valor patrimonial, atualmente de R$ 1 bilhão.
O Unibanco, melhor cotado, teve suas ações negociadas por R$ 31,50 o lote de mil, correspondendo a 81,9% de seu valor patrimonial contábil. A média dos maiores bancos do país é de 61,7%, isto é, cada R$ 100,00 em ações de bancos poderiam ser comprados por R$ 61,70 na Bolsa, segundo o Banco Sudameris.
A MP (medida provisória) que estimula as fusões dos bancos, baixada na semana passada, tranquilizou os depositantes de instituições financeiras sob rumores de dificuldades de caixa, segundo um diretor de uma grande instituição privada nacional.

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