São Paulo, quarta-feira, 15 de novembro de 1995
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Bolsa e títulos da dívida fecham em alta

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de oscilar bastante ao longo do pregão, a Bolsa paulista (Bovespa) acabou fechando com alta de 0,27%. Os títulos da dívida também reagiram.
O volume negociado foi ligeiramente maior do que o registrado na véspera -R$ 175,97 milhões contra R$ 156,324 milhões.
Os analistas consideram que a alta foi, na verdade, um ajuste técnico. Uma espécie de rescaldo, depois do incêndio da véspera.
O cenário internacional ajudou (ou não atrapalhou). No México, o peso andou nervoso -o que já se tornou uma rotina.
No fundo, a reação da Bolsa serve também como um aval. O mercado quer que venha logo a regulamentação das fusões e aquisições bancárias.
Ontem, diga-se, as ações do Unibanco e do Nacional continuaram suspensas do pregão.
Quando se percebia algum novo obstáculo à MP, o mercado vinha abaixo. Ao contrário, quando se imaginava que a regulamentação vai sair logo, o mercado subia.
Está na cabeça dos operadores o fato de que qualquer plano de estabilização fica bêbado (e corre risco de entrar em coma) quando surgem crises bancárias.
É inegável. Existe apreensão. Até porque o cenário não é dos mais favoráveis. Os analistas estão impressionados com o desemprego e com o baixo nível de atividade nesta véspera de Natal.
Nesse andar da carruagem, o primeiro trimestre de 1996 será de doer. E já há quem projete uma nova leva de inadimplência. Com uma diferença essencial. Dessa vez, quem vai sofrer mais serão as empresas e não as pessoas físicas.
Quer dizer, o que começa a ficar claro é que entramos em uma nova fase do Plano Real. É a hora do sangue, suor e lágrimas.
Agora, vai ficar mais visível o tamanho da conta da redução da inflação e da consolidação da abertura econômica. Não só. Vai ficar claro quem vai pagar a conta.
Nessa transição, a percepção de risco aumenta. Mas o dinheiro procura segurança. Hoje, para o mercado, sinônimo de segurança é aplicar em títulos públicos.
Ontem, o governo vendeu R$ 2,5 bilhões em LTNs (papéis do Tesouro), que vão vencer em 15 de março. A taxa-over do papel foi de 3,66%. Abaixo da trajetória esperada dos juros (taxa-over de 3,7%) no mercado futuro.

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