São Paulo, quarta-feira, 15 de novembro de 1995
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Paralisação surpreende turista brasileiro

DAVID OSBORNE
DO "THE INDEPENDENT"

"Perdão. Você pode me explicar o que está acontecendo?" O turista brasileiro Antonio Bernardino está confuso.
Ele tem ingresso para um passeio de barco até o ponto turístico mais famoso de Nova York, a Estátua da Liberdade, e esperou no atracadouro por 20 minutos. Agora, acaba de ser informado de que não poderá ir.
A explicação -os políticos em Washington não chegaram a um acordo sobre o novo Orçamento e não há dinheiro para que as coisas funcionem- não diminui a confusão. Pelo contrário. "Acabou todo o dinheiro nos Estados Unidos?", pergunta. "Isso é ridículo."
Bernanrdino e outros 50 turistas, a maioria estrangeiros, que estão agrupados no Battery Park para o passeio até a estátua e a ilha Ellis, estão com azar.
Administrados pelo Serviço Nacional de Parques, os locais começaram o dia abertos ao público. Quando o grupo ia entrar no "ferry boat", veio a notícia: "Desculpem. Estamos fechados."
Mike Gilson, de São Francisco, que havia prometido a viagem há conco anos para a filha Sarah. Teve de voltar para casa.
"Ela realmente queria ver a 'lady' com a chama na mão", disse. "Agora, é melhor achar outra atração em Nova York que não seja mantida pelo governo."
Mais perplexo fica o grupo de homens de negócios da China, com ternos pretos e câmeras no pescoço. Eles demoram a notar que não adiantará ficar esperando.
Bao Junlong, o único que fala um pouco de inglês, finalmente entende o que está acontecendo. "Mas eu paguei pelo meu ingresso. Agora, o governo tem dinheiro", insiste.
Finalmente, Junlong desiste. Lança um olhar saudoso à estátua e começa a caminhar, resmungando: "Quando os americanos forem para a China, vamos fechar a Grande Muralha."

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