São Paulo, quarta-feira, 15 de novembro de 1995
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Peres reafirma compromisso de Rabin

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O premiê interino de Israel, Shimon Peres, visitou ontem a cidade de Jenin e reiterou o compromisso de continuar com a transferência de áreas da Cisjordânia para a Autoridade Nacional Palestina.
Soldados israelenses concluíram ontem a retirada de Jenin. Nos próximos meses, as tropas deixarão outras cinco cidades e partes de Hebron.
A transferência foi acertada em um acordo assinado há dois meses entre o premiê Yitzhak Rabin e o líder palestino Iasser Arafat.
Peres lembrou as declarações dadas a Arafat, por telefone, no dia seguinte à morte de Rabin.
"Disse a ele que continuaremos com a política (de Rabin). Não pretendemos adiar nenhuma promessa", afirmou Peres.
Durante a visita a Jenin, o premiê interino elogiou os comandantes militares pelo clima tranquilo da transferência de Jenin.
"O Exército mostrou a Peres sua preocupação de que assuntos militares iriam para segundo plano", disse à agência "Reuter" um deputado do Partido Trabalhista que não quis ser identificado.
O presidente de Israel, Ezer Weizman, iniciou ontem negociações com partidos para que Peres forme um novo governo.
Anteontem, um encontro dos trabalhistas apontou Peres como líder do partido. As eleições em Israel ocorrem em outubro de 1996.
Segurança
Shimon Peres terá de usar um colete à prova de balas em suas aparições públicas. A medida é uma recomendação do Shin Bet (serviço secreto de Israel). A notícia foi divulgada ontem pelo jornal israelense "Maariv".
Em Jenin, Peres foi acompanhado por seguranças. Repórteres foram mantidos à distância.
Segundo o diário, o governo israelense comprou centenas de coletes à prova de bala para os ministros e os guarda-costas deles.
O material foi adquirido junto a empresas norte-americanas e pago com parte da ajuda econômica que Israel recebe dos EUA.
Uma pesquisa de opinião publicada ontem indica que 15% dos israelenses temem que outro crime político possa ocorrer nos próximos 12 meses.
O chefe do Shin Bet, cujo nome é mantido em segredo, disse ontem a uma subcomissão parlamentar para assuntos de segurança ter fracassado em sua missão de proteger Rabin, segundo a TV Israel.
Ele disse que o assassino confesso Yigal Amir planejou durante dois anos a morte do premiê.

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