São Paulo, quinta-feira, 16 de novembro de 1995
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Bando ataca clínica de sequestrado

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Sequestradores atacaram com metralhadoras a clínica Camod, em Vicente de Carvalho (zona norte do Rio), pertencente ao médico Sebastião Huguinin Leal, 52, que está em cativeiro há 38 dias.
O ataque ocorreu anteontem à noite. Dez homens encapuzados invadiram a clínica, exigiram o pagamento do resgate e atiraram em duas ambulâncias.
O sócio-administrativo da clínica, Carlos Renato de Oliveira, disse à DAS (Divisão Anti-Sequestros) que os invasores anunciaram para hoje um contato com a família, a fim de definir o resgate.
Segundo Oliveira, dois homens armados, com os rostos cobertos por toucas, entraram na clínica às 21h30 e perguntaram por "dona Antônia", mulher do sequestrado.
Como ela não estava, eles teriam deixado o seguinte recado, reproduzido por Altamiro, administrador noturno da Camod: "Fiquem tranquilos, não é assalto. É só um aviso para a família ficar 24 horas ao lado do telefone porque a gente vai fazer contato e acertar o pagamento do resgate".
A dupla então correu para dois Tempras, que estavam parados em frente à clínica. Em cada carro havia quatro encapuzados, segundo testemunhas. Um dos sequestradores gritou que o médico morreria se o resgate não fosse pago.
A seguir, foram disparadas rajadas de metralhadoras e tiros de fuzil AR-15 e pistolas contra a clínica. Duas ambulâncias (uma Kombi e uma Besta) foram perfuradas.
Um delegado da DAS disse que o grupo procurou dar "demonstração de força" à família.
Ele não quis se identificar porque os policiais estão proibidos de dar entrevistas pelo governador Marcello Alencar (PSDB).
Esta não foi a primeira vez que sequestradores pressionaram familiares de vítimas de sequestro por meio de atos de violência.
Há três anos, um ônibus da viação Oriental foi queimado pelo grupo que mantinha em cativeiro um dos sócios da empresa.

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