São Paulo, quinta-feira, 16 de novembro de 1995 |
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Bill Evans apresenta jazz 'do futuro' em SP
EDSON FRANCO
Evans mostra hoje no Bourbon Street Music Club o que ele acredita ser a música do futuro: a mistura de jazz com rap. Para o saxofonista, o que mantém o jazz vivo é a flexibilidade para absorver mudanças. Suas idéias são diametralmente opostas às do trompetista de Nova Orleans Wynton Marsalis, que defende a pureza original do estilo. "Ouvir Marsalis é como entrar em um museu musical vivo", destilou o saxofonista em entrevista à Folha na semana passada. A defesa das fusões jazzísticas é coerente com o passado de Evans. Ele nasceu musicalmente no berço do fusion, estilo que juntava jazz e rock, lançado pelo trompetista Miles Davis (1926-1991) com o disco "Bitches Brew" de 1969. Trabalhos importantes do trompetista, como "We Love Miles" e "A Man With The Horn", contaram com o sopro vigoroso e o fraseado ligeiro de Evans. Ele tocou ainda com o tecladista Herbie Hancock e fez parte da Mahavishnu Orchestra, grupo do guitarrista inglês John McLaughlin. Convites para tocar com músicos pop passam com frequência por sob a porta da casa de Evans. Inclusive um dos Rolling Stones. Mas o músico os tem recusado. Ele diz estar concentrado em seu trabalho com a banda Push, com a qual se apresenta por duas horas nos shows do Bourbon. Uma sombra persegue o saxofonista. Um pianista introspectivo que mudou o conceito do piano no jazz também se chamava Bill Evans (1929-1980). "O maior problema em termos o mesmo nome é que, às vezes, meus discos vão parar nas prateleiras erradas das lojas." LEIA MAIS Sobre os shows de Bill Evans à pág. 5-4 Próximo Texto: Coluna Joyce Pascowitch Índice |
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