São Paulo, quinta-feira, 16 de novembro de 1995 |
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Nigéria diz que não cede a pressão externa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS Um oficial do governo da Nigéria disse ontem que o país está preparado para enfrentar a pressão internacional provocada pelas execuções de nove ativistas de direitos humanos, na semana passada."Isso vai continuar enquanto o resto do mundo não for razoável no relacionamento com a Nigéria", disse Idrissu Kpaki, secretário do Ministério do Exterior. Por causa do enforcamento do escritor Ken Saro-Wiwa e outros oito ativistas que lutavam pelos direitos da minoria Ogoni, diversos países chamaram seus embaixadores na Nigéria. Em retaliação, a Nigéria também chamou de volta seus embaixadores no exterior. Os ativistas foram condenados pela morte de quatro líderes Ogoni pró-governo. A comunidade internacional repudiou o julgamento. Manifestantes saíram anteontem às ruas de várias cidades em apoio ao regime militar do país. A TV local mostrou ontem centenas de pessoas carregando faixas contra os países ocidentais. A União Européia decidiu ontem impor um embargo de venda de armas à Nigéria. Os acionistas de um consórcio (em que a Shell é o principal parceiro da companhia estatal nigeriana de petróleo) decidiram ontem levar adiante um projeto de exploração de gás no país, orçado em cerca de US$ 4 bilhões. O embaixador da Nigéria no Brasil, Jaiyola Giuseppe Leo, teme que o governo Fernando Henrique Cardoso imponha sanções econômicas à Nigéria. FHC determinou anteontem o retorno do embaixador brasileiro na Nigéria, Geraldo Affonso Muzzi, como forma de protesto contra as execuções. "Espero que o Brasil, que teve um regime militar há algum tempo, entenda o problema da Nigéria, que tem hoje um governo militar", disse Jayiola Leo. Colaborou a Sucursal de Brasília. Texto Anterior: Argentina julga militar por morte de soldado Próximo Texto: Diana domina jornais britânicos Índice |
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