São Paulo, quinta-feira, 16 de novembro de 1995
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Argentina julga militar por morte de soldado

DENISE CHRISPIM MARIN
DE BUENOS AIRES

Começou ontem em Neuquén, a 1.147 km de Buenos Aires, o julgamento de cinco militares envolvidos na tortura e assassinato do soldado Omar Carrasco.
O fato ocorreu em março de 1994 no Grupo de Artilharia 161, na cidade de Zapala, onde Carrasco prestava o serviço militar.
Trata-se do mais polêmico julgamento que envolve as Forças Armadas argentinas em período democrático. A morte de Carrasco resultou, na época, na extinção do serviço militar obrigatório.
Carrasco, de 19 anos, havia ingressado no serviço militar no dia 3 de março de 1994. Três dias depois, desapareceu. Os oficiais alegaram que ele havia desertado.
Na verdade, Carrasco havia sido vítima de tortura e acabou assassinado por três militares.
O subtenente Ignacio Rodrigo Canevaro, 25, foi o responsável por ordenar o castigo que provocou a morte de Carrasco e a ocultação do corpo.
O soldado Víctor Salazar, 21, participou da tortura e seu colega Cristian Adrián Suárez, 21, deu o golpe fatal em Carrasco.
Também serão julgados por encobrimento do caso os sargentos Jorge Peralta, 41, que era o portador da chave do banheiro onde foi escondido o corpo do soldado, e Carlos Sanchéz, 31, que era o suboficial de plantão.
O promotor Manuel Balboa espera provar diante do Tribunal Oral de Neuquén que Carrasco agonizou durante 12 horas.
Assim poderá argumentar que ocorreu um homicídio qualificado e conseguir a pena máxima de 25 anos de prisão para os acusados.
Os advogados de defesa Daniel Valencia e Marcelo Inaudi insistem que seus clientes são vítimas de uma armadilha do Exército para "salvar a cadeia de comando, que sabia da morte de Carrasco".

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