São Paulo, quinta-feira, 16 de novembro de 1995
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'Swinging London' ditou a moda no mundo

MARCELO REZENDE
DA REPORTAGEM LOCAL

Durante quase uma década, Londres concentrou a quintessência do charme e do estilo. Se não como fato, ao menos como fenômeno de mídia.
Ninguém sabe ao certo como tudo começou. Mas, com certeza, as raízes da chamada "Swinging London" estão ligadas ao extremo tédio na Europa do pós-guerra, especialmente na Inglaterra, onde jovens não suportavam a fleuma e o conservadorismo britânico.
Assim, no início dos anos 60, estudantes -como os membros da primeira formação da banda Pink Floyd ou dos Rolling Stones- saíam das escolas de arte com vontade de fazer muito mais do que pintar quadros.
Jovens que invadiram ruas como Carnaby street e Piccadilly Circus, revolucionando a música e criando todo tipo de moda, simbolizada por Mary Quant.
Ela, uma garota que teve a idéia de encurtar o comprimento da roupa mais comum entre as mulheres e, em 1967, criou a minissaia.
Para as pessoas daquela Londres a moda era algo essencial, só perdendo mesmo para a música.
Os Beatles nasceram dessa efervescência e serviram como embaixadores de uma nova classe social que, nas décadas seguintes, seria conhecida como "Juventude".
Enquanto tudo acontecia nas ruas, o diretor Richard Lester produzia filmes como "The Knack...and How To Get It" (1965), "A Hard Day's Night" (1964) e "Help" (1965), estes em colaboração com os Beatles.
Mas, a "Swinging London" no cinema foi mais bem mostrada por um italiano: Michelangelo Antonioni e seu "Blow-Up", de 1966. Tudo sobre o período está lá. O rock inglês, os artistas, modelos e todas as cores.
Um período que acabou criando seus símbolos, como a modelo Twiggy, a mais constante capa da revista Vogue britânica, e os rapazes e moças do movimento "mod". Uma senha que designava aqueles que não seguiam a moda mas, ao contrário, a moda é que os acabava seguindo.
Exatamente por toda essa magia é que o músico David Bowie diz que costumava remexer nas latas de lixo de Carnaby street, atrás de modelos recusados pelos estilistas.
Para pessoas como Bowie, que literalmente construíram suas carreiras com os restos da "Swinging London", a classe do mundo acabou mesmo em 1968, quando tudo chegou ao fim.
(MR)

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