São Paulo, quinta-feira, 16 de novembro de 1995
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Aproveite a temperatura e paisagem do outono

WILLIAM LI
ESPECIAL PARA A FOLHA

As folhas das árvores, secas e amareladas, começam a cair em Hyde Park. O Sol ainda brilha durante o dia, mas à noite faz frio. Um vento gelado surpreende os que saem das estações do metrô. À tarde, à beira do Tâmisa, o pôr-do-sol é incomparável.
Nos vastos gramados dos parques as famílias fazem piquenique. Quase não há turistas, e os árabes e indianos fogem do frio que vem aí. Londres está magnífica, e talvez esta seja a melhor estação para visitar a Inglaterra.
Mas, para desfrutar bem a viagem, é melhor agir como um inglês, ou seja, sem pressa. Reserve um dia para visitar a Torre de Londres e ver as jóias da coroa. O esplendor das jóias é inacreditável.
Há, por exemplo, uma verdadeira piscina de ouro maciço com uma concha que era usada para servir ponche nos banquetes reais. Depois, vá à London Bridge tomar fôlego e chá à beira do rio.
O Palácio de Buckingham também merece visita de um dia, para ver a troca da guarda e a Queen's Gallery, coberta de quadros.
Vale a pena ir à loja do palácio, com artigos como canetas e cristais com o emblema do palácio e as armas da rainha. As cavalariças reais também estão abertas à visitação e, se você tiver sorte, poderá ver algum membro da família real de coche e escolta.
O British Museum é um dos mais famosos do mundo. Você não precisa ir ao Egito, Grécia ou Iraque, as melhores peças estão em Londres e a entrada é gratuita.
Na saída, cada um dá quanto quer. A seção de manuscritos é talvez mais valiosa do que as próprias jóias da coroa. Há desde papiros egípcios e tabuinhas romanas até livros medievais.
É simplesmente impossível visitar o museu num só dia. Escolha o que você mais gosta -Egito, Grécia, Roma, Idade Média, escultura, pintura, manuscritos- ou então faça várias visitas.
A National Gallery possui uma das melhores coleções de pintura do mundo, mas é imprescindível visitar o Museu de História Natural, com seus esqueletos de dinossauros, fósseis e hominídeos da pré-história.
Capital cara
Apesar de Londres ser a capital mais cara da Europa, os preços estão mais baratos do que no Brasil, exceto a comida.
A famosa Harrod's é loja para turistas. Os mesmos produtos são facilmente encontráveis em outros lugares. Oxford street e Regent street são ideais para compras.
Caminhe desde Marble Arch até Piccadilly e você encontrará de tudo e as grifes mais famosas do mundo -inclusive o Mappin.
Os preços estão mais baratos que em São Paulo: um bom sapato de couro com sola antiderrapante importado da Itália custa 25 libras (cerca de 33 reais), uma boa camisa sai por 4,5 libras.
Aparelhos eletrônicos e de alta tecnologia são baratíssimos, mas atenção: a voltagem em Londres é de 230 volts com tomada tripla.
Para bibliófilos, Charring Cross é o lugar ideal. Há quarteirões só de livrarias, e livro na Inglaterra é barato. Os pockets tipo Penguin custam menos de uma libra.
A Cambridge Concise Encyclopedia, com mais de mil páginas, custa 10 libras. Há também muitos livros narrados em fitas ou CDs, principalmente poesia inglesa.
Os serviços em Londres são eficientes e, após o governo Thatcher, houve grande modernização. No entanto, coisas como ônibus ou metrô são caras. Para três pessoas ou mais, táxi é mais barato.
Artes e espetáculos são extremamente caros; é melhor esperar eles virem para o Brasil.

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