São Paulo, sexta-feira, 17 de novembro de 1995 |
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"Estou de volta", afirma líder dos invasores
GEORGE ALONSO
Foragido da Justiça desde 27 de outubro, quando sua prisão preventiva foi decretada, passou grande parte do tempo escondido na sede na fazenda São Bento, assentamento provisório de 970 famílias e quartel-general do MST na região do Pontal. A casa em que ele se escondeu por pelo menos cinco dias fica isolada à esquerda da sede da fazenda, encoberta pelo arvoredo. À noite, o portão da fazenda era controlado por 15 homens. De dia, ali ficavam cinco. Para despistar a polícia, esquema semelhante foi montado nos demais acampamentos da região. A lei do silêncio foi implantada e uma rede da desinformação foi articulada. Lançou-se propositadamente, por exemplo, a notícia de que ele estaria em Rosana (SP) e, depois, no Mato Grosso do Sul. Na verdade, Rainha sempre esteve na região do Pontal dando suas opiniões sobre as decisões dos coordenadores do movimento que o substituíram. Durante todo tempo em que esteve desaparecido, Rainha não viu e nem falou com filho, João Paulo, de 2 anos de idade. Qualquer contato com o filho era considerado pelo MST muito arriscado. Os fazendeiros se mostravam satisfeitos com a clandestinidade de Rainha. "Ele não precisa estar preso. Assim já está imobilizando. Todo mundo sabe que ele está na fazenda", chegou a dizer anteontem o vice-presidente do Sindicato Ruralista de Presidente Prudente, Célio Romero de Souza. Para os ruralistas, Rainha fora da ação direta era motivo de alguma tranquilidade, principalmente depois do acordo com o governo do Estado para assentar famílias. Texto Anterior: Agentes apóiam invasões rurais Próximo Texto: TST destitui presidente de tribunal regional Índice |
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