São Paulo, sexta-feira, 17 de novembro de 1995
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Hyundai suspende projeto de instalar fábrica de veículos no país

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Estão suspensos os planos da coreana Hyundai de instalar uma fábrica de automóveis no Brasil.
A afirmação é de Emílio Julianelli, diretor de Assuntos Corporativos do Grupo Regino, importador oficial da Hyundai.
A decisão da montadora coreana foi comunicada a executivos da HMB, empresa do Grupo Regino responsável pela marca, durante visita realizada semana passada à Coréia do Sul.
"A intenção de vir para o Brasil continua, mas enquanto não houver uma clara definição da política brasileira para o setor não é possível planejar nada", diz Julianelli, que também é o presidente da Abeiva (associação dos importadores de veículos).
Julianelli se refere à indefinição sobre a MP (medida provisória) para o setor automotivo, que prevê estímulos para a produção no país. Editada em junho, até hoje não foi transformada em lei.
Em agosto, o Grupo Regino anunciou que a Hyundai pretendia aplicar US$ 400 milhões no Brasil para produzir 30 mil picapes e peruas a partir de 97.
Segundo Julianelli, todos os contatos que estavam sendo feitos com governadores, prefeitos e fornecedores de autopeças estão temporariamente suspensos.
Ele afirma que a intenção do governo de manter a alíquota de importação em 70% durante 96 também prejudica a instalação de novas montadoras. "A constante mudança das regras afugenta os investidores", diz.
Além de inibir investimentos, a alíquota de 70%, segundo Julianelli, coloca em risco a sobrevivência dos importadores. Ele prevê que cerca de 20% das 32 marcas associadas à Abeiva podem deixar o país em 96. Sem citar nomes, disse que "até sete marcas" podem encerrar operações.
Para Julianelli, somente têm presença garantida no mercado os importadores de carros de alto luxo (a clientela é menos afetada pelo aumento de preços), os revendedores de picapes (pagam imposto de 32%), e as marcas que trazem carros do Mercosul (sem Imposto de Importação).
Os 32 importadores associados à Abeiva devem fechar 95 com 120 mil veículos vendidos. Em outubro, foram negociadas 6.458 unidades, 28,7% mais do que em setembro. Atualmente o estoque é de 28 mil veículos, suficiente para atender o mercado até fevereiro.

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