São Paulo, sexta-feira, 17 de novembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

União se torna fundamental

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
DA REPORTAGEM LOCAL

Executivos do mercado financeiro entendem que a fusão dos bancos Unibanco e Nacional, se não era necessária, agora é.
O vazamento das negociações e o modo atabalhoado com que o governo lançou a legislação sobre fusões levaram à conclusão de que um dos bancos, o Nacional, precisava de socorro urgente.
Isso até poderia não ser verdade. Mas agora deverá ser. Como repete o presidente do BC, Gustavo Loyola, quando um banco começa a ser mal-falado, "não tem outra saída senão a troca do controle".
Os clientes começam a abandonar a instituição e também os demais bancos, que reduzem os negócios com o "mal-falado".
A propósito, executivos dizem que o noticiário sobre fusões atrapalha a vida de todo o sistema. É verdade que a equipe econômica falava há tempos da necessidade de reorganização dos bancos.
Mas uma medida provisória divulgada na madrugada de sábado, como foi a das fusões, sugere uma urgência. A conclusão foi a de que o BC sabia de novos problemas e corria para solucioná-los.
E essa versão torna o mercado mais seletivo, com a tendência de concentrar negócios em grandes bancos sabidamente sólidos.
Em resumo, se a MP dos bancos não era necessária e urgente, agora é, na avaliação dos banqueiros. O mercado também dá com certa a fusão Unibanco/Nacional.
E já especula sobre as consequências. Uma delas é que essa fusão deve provocar uma sequência de negócios. A instituição resultante da fusão vai passar folgado o Itaú, segundo banco privado, e ficar à frente do líder Bradesco.
Posição de liderança conta pontos no mercado. Seria normal uma reação de Bradesco e Itaú, com a compra de bancos menores.

Texto Anterior: Magalhães fez oposição a Getúlio
Próximo Texto: Conheça a íntegra das resoluções do BC
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.