São Paulo, sexta-feira, 17 de novembro de 1995
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Procuradoria pedirá a quebra do sigilo bancário de ex-juiz

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público vai pedir nos próximos dias a quebra do sigilo bancário e telefônico do ex-juiz de futebol Wilson Roberto Catani.
A Promotoria quer investigar a vida de Catani pelo menos nos últimos seis meses. A decisão cabe ao juiz do Departamento de Inquérito Policial (Dipo), Francisco Bruno.
Catani é suspeito de ter comandado um esquema de corrupção de arbitragens no Campeonato Paulista da Série A-2 deste ano.
Catani teria favorecido o Botafogo de Ribeirão Preto, terceiro colocado na competição e um dos clubes que conquistaram o direito de disputar a Série A-1 no ano que vem.
A Folha apurou que Antonio Alvarenga Neto, o promotor que acompanha o caso desde ontem, deve decidir até o início da semana que vem se vai pedir a quebra do sigilo bancário de outros citados na fita, como o presidente do Botafogo, Laerte Alves.
As suspeitas contra Catani surgiram com a divulgação da "fita do suborno", coleção de conversas telefônicas entre ele e o repórter Alexandre Reis, de Ribeirão Preto.
Nessa fita, em que Reis se identifica com o nome de Luís Augusto Soares, fictício bicheiro e chefe da campanha do grupo de oposição do Botafogo, Catani relata suas suspostas atividades como coordenador de um esquema de corrupção de árbitros.
Desde que a existência da fita foi divulgada, Catani vem dizendo que apenas "brincou"com o repórter, por saber que estava sendo gravado.
Ele chegou a pedir desculpas num programa de TV a clubes que ele citou como antigos "clientes", como o Corinthians e o Palmeiras.
A direção do Corinthians, apesar de o clube ter sido citado na fita com detalhes, como o preço das supostas operações, decidiu não processar Catani -que é defendido por José Izar, o diretor jurídico do clube.
"Essas afirmações não configuram uma ação caluniosa", chegou a dizer Manoel Carlos Vieira de Morais, vice-presidente jurídico do Corinthians e superior imediato de Izar no clube.

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