São Paulo, sexta-feira, 17 de novembro de 1995
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Sinônimos

JUCA KFOURI

Do mesmo modo que, infelizmente, imprensa no Brasil é sinônimo de falta de credibilidade (todas as pesquisas o revelam à exaustão), político é sinônimo de corrupto. E Pelé é sinônimo de competência. Fulano é o Pelé do violão, da literatura, do que for.
Se o ministro Pelé pode ou não dizer o que disse é outra questão. Mas que o país concorda com o que ele disse parece óbvio.
E, então, um ministro de Estado pode falar o que ele falou? A resposta que soa bem aos ouvidos da hipocrisia nacional é um redondo não.
Até porque tem muita gente boa na política brasileira que luta para desfazer tal imagem, mesmo que ainda sem resultados que modifiquem a opinião geral.
O próprio ministro, por sinal, é uma dessas pessoas. Do mesmo modo que há jornalistas e veículos que batalham pela volta da credibilidade, embora também ainda sem grande sucesso.
Quanto à opinião de Pelé sobre o voto negro, ficou uma ligeira impressão de videoteipe. Lula fez uma campanha inteira pregando que trabalhador vota em trabalhador.
Não é por aí, definitivamente. Daí a chamá-lo de oportunista, como fez o cientista social Francisco Oliveira, vai uma grande diferença -provavelmente causada pelo elitismo de quem pensa de um jeito e age de outro, horrorizado em ver um negro, e jogador de futebol, como ministro.
A coluna vai preferir ficar com a opinião ponderada do professor de filosofia política Renato Janine Ribeiro, que viu "muito sentido" na sugestão de que as pessoas votem em quem for mais próximo a elas.
Pode até estar errado, mas faz sentido.

Um fax de Edgard Soares, um dos biógrafos de João Havelange, informa que os revisores do livro "Jovem Havelange" já tinham detectado o equívoco em relação aos Jogos Olímpicos de 1948 -mencionado como suspenso por causa da Segunda Guerra.
E alerta a coluna, que havia brincado com a possibilidade de Havelange disputar uma Olimpíada aos 32 anos: Havelange estava na seleção brasileira de pólo aquático que participou dos Jogos de 1952, em Helsinque, aos 36 anos de idade.
De fato, um fenômeno.

Com a camisa verde grande, Djalminha tem tudo para vestir a amarelinha.

E o Cruzeiro, hein? Tomou 1 a 0 no primeiro tempo e não saiu de campo. Viva!

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