São Paulo, sexta-feira, 17 de novembro de 1995 |
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Clinton se dispõe a pedir desculpas por viagem
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
Gingrich disse que um dos motivos para ele radicalizar as negociações com o governo sobre o Orçamento de 1996 foi o fato de ter se sentido "menosprezado" pelo presidente na viagem para o funeral do premiê Yitzhak Rabin. "Pode ser fútil, mas é humano. Ele (Clinton) nos deu lugares ruins, não conversou conosco sobre o Orçamento e nós ainda tivemos de sair pela porta dos fundos do avião", queixou-se Gingrich. Se Clinton reagiu de maneira conciliatória, seus assessores foram mais combativos. O chefe de gabinete, Leon Panetta, afirmou: "Isso é bizarro, usar esse argumento ultrajante para fechar o governo". Panetta disse que a viagem para Israel era de luto, que não havia clima para conversas políticas. Ele divulgou duas fotos em que Clinton aparece com Gingrich a bordo do avião presidencial a caminho de Israel (veja acima). Clinton afirmou que fez questão de agradecer a todos os convidados pelo esforço de terem viajado a Israel com tão pouco tempo de preparo e que ficava "surpreso" com a reação de Gingrich. "Além disso, não vejo o que uma coisa (a viagem) tem a ver com a outra (a discussão sobre o Orçamento). Mas se ele mantiver o governo aberto, estou pronto para lhe pedir desculpas." As queixas de Gingrich foram o principal assunto político ontem nos EUA. A manchete do jornal sensacionalista "Daily News", de Nova York, foi: "Chora, bebê! Gingrich fecha governo porque sentou atrás no avião". Gingrich disse que o episódio da viagem a Israel não foi seu único motivo para endurecer nas negociações, mas o ajudou a decidir. (CELS) Texto Anterior: Clinton promete 'fechar' o governo Próximo Texto: Ex-presidente da Coréia do Sul é preso Índice |
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