São Paulo, terça-feira, 21 de novembro de 1995 |
Próximo Texto |
Índice
Guerra do Natal traz 9 milhões de aves
JOSÉ ALBERTO GONÇALVES
Juntas, as cinco principais empresas do setor devem gastar US$ 4,8 milhões em publicidade, 30% a mais do que no Natal de 94. Após o susto do ano passado, quando faltou produto nos supermercados, a agroindústria se preparou melhor e planeja despejar no mercado pelo menos 9 milhões de aves nobres, volume 12% maior que o de 94. Em 94, algumas empresas precisaram importar carne ou desviar para o mercado interno parte de suas exportações, a fim de atender à explosão de consumo pós-Real. A volta ao consumo da população de baixa renda explica o incremento acentuado nas vendas de carnes, segundo avaliação unânime do setor. Para 96, a tendência é de que as vendas continuem crescendo, embora em ritmo menos acelerado. O setor aposta em um aumento de 5% a 10% no mercado de aves e suínos industrializados. Comprovando a excelente saúde do setor, o faturamento das cinco maiores agroindústrias de aves e suínos do país deve alcançar US$ 5,25 bilhões este ano. O valor representa aumento de 10,8% sobre 94. Um dos principais fatores de incremento na receita é o aumento da participação dos produtos industrializados e dos cortes de aves na agroindústria. São produtos com maior valor do que os "in natura" e atendem à crescente demanda por produtos de fácil consumo. Na Perdigão, segundo seu presidente, Nildemar Secches, os industrializados representam este ano 70% de sua linha de carnes. A fatia era de 50% no ano passado e 40% em 93. "Nossa ênfase é o processamento de produtos de maior valor agregado", afirma Secches. O resultado dessa estratégia aparece no crescimento de 15% na receita estimada pela Perdigão para 95, acima da média (10,8%) das cinco maiores do setor. A Sadia ampliou de 32%, em 94, para 37%, este ano, sua produção de cortes de aves, segundo Walter Mateucci, gerente regional de vendas de carnes "in natura". Mais agressiva, a Ceval elevou de 40% para 50% a fatia dos cortes na sua linha de aves. "Pretendemos aumentar para 60% a participação dos cortes em 96", diz Carlos Hiroshi Fujii, diretor comercial da Ceval. Outro indicador do excelente desempenho da agroindústria de aves e suínos é o investimento de US$ 1,5 bilhão, programado para até 98 pelas dez maiores agroindústrias de aves do país. O dinheiro está sendo empregado na ampliação de instalações, modernização das unidades e na compra de granjas. "Parte dos investimentos será empregada na mudança do perfil da agroindústria", diz Muller. A tendência aponta para um incremento no processamento de produtos pré-prontos, semi ou totalmente industrializados. Para alargar sua fatia no mercado, a Perdigão destinou US$ 190 milhões em investimentos, a fim de elevar sua produção para 480 mil t/ano nos próximos três anos, 50% mais que o volume de 94. A Ceval (Seara) planeja investir US$ 210 milhões na sua agroindústria de carnes de aves e suína. A divisão carnes da Ceval consumirá, assim, 64% do investimento total programado pela empresa para o Brasil. Para aumentar sua capacidade, a Ceval comprou em abril, por US$ 60 milhões, a Agroeliane, com unidades em Santa Catarina e no Mato Grosso do Sul. Próximo Texto: Perdigão produz mais Chester Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |