São Paulo, terça-feira, 21 de novembro de 1995
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Planalto evita comentar abertura de apuração

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Palácio do Planalto evitou ontem comentar a possibilidade de abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar irregularidades no Sivam.
O porta-voz da Presidência, Sergio Amaral, preferiu afirmar que há denúncias sem fundamento sobre o sistema de vigilância.
"Todas essas questões precisam ser objeto de uma fundamentação clara. Não há acusação comprovada nos aspectos técnico e financeiro". Segundo ele, "no Estado de Direito as acusações devem ser comprovadas".
Gravações feitas de telefonemas entre o ex-chefe de cerimonial do Planalto Júlio César Gomes dos Santos e o empresário José Afonso Assumpção, representante da Raytheon no Brasil, revelam a suspeita de tráfico de influência em favor da empresa que ganhou a concorrência do Sivam.
Amaral disse que o teor das conversas grampeadas pela Polícia Federal não tem relação com as ações do governo nessa área. "Não existem atos que possam mostrar corrupção ou interferência em favor de terceiros", afirmou.
Informou ainda que o Planalto investiga o vazamento de informações sobre a escuta telefônica por parte da polícia. "Existe preocupação com o fato de que um documento da PF ter vazado e isso está sendo verificado", disse.
O porta-voz afirmou que FHC espera que o Senado analise e vote o pedido de autorização para empréstimo junto a instituições financeiras no exterior para viablizar o projeto Sivam.
O pedido, lembrou Amaral, é anterior ao atual governo, mas que sua execução seria fundamental para o país. "Se houver objeções fundadas, que o Senado rejeite".
Segundo ele, a transcrição das conversas de Santos "revela comentários imprudentes e mesmo levianos". O porta-voz disse que está mantida a indicação de Santos para embaixador no México.

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