São Paulo, terça-feira, 21 de novembro de 1995 |
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Lobo é o novo ministro da Aeronáutica SÔNIA MOSSRI SÔNIA MOSSRI; SILVANA DE FREITAS
O nome de Lélio Lobo foi confirmado às 19h30 pela assessoria de imprensa do Palácio do Planalto, um dia depois da exoneração de Mauro Gandra. Lélio Lobo foi uma escolha exclusiva do presidente Fernando Henrique Cardoso. O candidato do Alto-Comando da Aeronáutica era o atual chefe do Estado-Maior, Ulysses Pinto Corrêa Netto. Ulysses presidiu ontem a reunião do Alto-Comando, na sede do Ministério da Aeronáutica em Brasília. Em quatro horas de reunião, ele obteve a aprovação unânime dos colegas para substituir Gandra. Os oito integrantes do Alto-Comando também divulgaram nota oficial de apoio a Gandra (leia abaixo), afirmando que a saída do ministro não compromete a "hierarquia e disciplina". A principal preocupação da cúpula da Aeronáutica ao elaborar a nota foi dar uma demonstração de que a troca de ministro não significaria uma crise na área militar. O boletim da Aeronáutica, transmitido ontem a todas as unidades militares do país, reproduziu a mesma nota. Lobo foi indicado por FHC por seu conhecido temperamento conciliador. Quando foi ministro da Aeronáutica no governo Itamar Franco, Lobo, ao contrário dos colegas do Exército e da Marinha, não pressionava o Planalto por mais verbas e por aumento para os militares. Nessa época, FHC comandava o Ministério da Fazenda e teve atritos com Exército e Marinha durante discussões sobre reajuste salarial dos militares. A escolha de Ulysses era considerada a menos traumática pelo Alto-Comando. Seria a indicação de FHC caso o presidente estivesse disposto a não correr o risco de aumentar o descontentamento da Aeronáutica com o Palácio do Planalto. A cúpula da Aeronáutica se queixa do descaso com que a Força é tratada no governo FHC. Esta é a nota oficial divulgada ontem pelo Ministério da Aeronáutica: Serviço Público Federal. Centro de Comunicação Social do Ministério da Aeronáutica. Nota oficial. O Alto-Comando da Aeronáutica, tendo em vista o lamentável episódio que resultou no pedido de exoneração do Exmo. Sr. Tenente-Brigadeiro-do-Ar Mauro José Miranda Gandra do cargo de ministro da Aeronáutica, vem a público declarar o que se segue: - O Ministro Mauro Gandra deixa o ministério gozando do mais elevado respeito, admiração e confiança junto aos seus pares do Alto-Comando da Aeronáutica, alicerçado por um passado de mais de 46 anos de convivência e de excelentes serviços prestados à Força Aérea Brasileira. - No exercício do cargo, o ministro Gandra sempre pautou suas ações técnicas e administrativas dentro de um espírito de absoluta probidade e ética, respaldado no assessoramento deste Alto-Comando. - O Alto-Comando da Aeronáutica rejeita categoricamente qualquer insinuação que possa vir a denegrir a imagem, inquestionavelmente íntegra, do Ten.-Brig.-do-Ar Mauro José Miranda Gandra e manifesta a certeza de que a rigorosa apuração dos fatos demonstrará o erro das condenações apriorísticas. - Finalmente, o Alto-Comando da Aeronáutica reafirma que os valores morais e éticos que sempre nortearam nossa instituição serão preservados a qualquer custo, sob a égide da hierarquia e da disciplina. Brasília - DF, 20 de novembro de 1995. Ten.-Brig.-do-Ar Ulysses Pinto Correa Netto Ten.-Brig.-do-Ar Sérgio Xavier Ferolla Ten.-Brig.-do-Ar João Felippe Sampaio de Lacerda Júnior Ten.-Brig.-do-Ar José Elislande Bayo de Barros Ten.-Brig.-do-Ar Enir de Souza Pinto Ten.-Brig.-do-Ar Ronaldo Eduardo Jaeckel Ten.-Brig.-do-Ar Egon Reinisch Ten.-Brig.-do-Ar Masao Kawanami Texto Anterior: Governo já considera hipótese de rever Sivam Próximo Texto: Para FHC, Gandra teve atitude exemplar Índice |
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