São Paulo, terça-feira, 21 de novembro de 1995
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Fiesp pede julgamento de dissídio de químicos

Sindicato do ABC, da CUT, usou mesmo recurso na 6ª

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Fiesp entrou ontem com pedido de julgamento do dissídio dos químicos do Estado de São Paulo, que têm data-base em novembro.
O Sindicato dos Químicos do ABCD, da CUT, havia pedido o julgamento, na sexta-feira, do dissídio dos empregados do Sindicato das Indústrias de Perfumaria e Toucador do Estado de São Paulo, uma das entidades patronais que negocia com a categoria.
A estratégia foi usada, segundo o presidente da entidade e tesoureiro da CUT, Remigio Todeschini, após a direção da Kolynos ter pedido o julgamento da greve, que continua hoje na empresa.
"A CUT é contra o poder normativo da Justiça do Trabalho. Mas, estrategicamente, achamos que seria bom pedir o julgamento. Afinal, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) deu 2% de aumento real aos metalúrgicos e os empresários só querem dar 0,64% para nós", disse Todeschini.
O coordenador da Confederação dos Químicos da CUT, Francisco Chagas, criticou Todeschini. "Não devemos nunca pedir o julgamento de dissídios, visto que a CUT é contra", afirmou.
Mas a Fiesp, que agrupa todas as entidades patronais do setor químico, reagiu contra a estratégia do ABCD. Conseguiu fechar acordo salarial com a federação independente dos químicos (não ligada a centrais sindicais) que prevê aumento real de 0,64%. E entrou ontem com pedido de extensão desse acordo aos químicos da CUT.
A federação tem cerca de 100 mil químicos na base e a Fiesp quer que o Tribunal Regional do Trabalho estenda esse acordo aos cerca de 250 mil químicos da base da CUT no Estado de São Paulo.
A greve na Monsanto, empresa química de Jacareí, terminou ontem. Os empregados da empresa conseguiram, além dos 0,64% de aumento real, mais 5%, e abono de R$ 1.000 a título de participação nos lucros. Entraram em greve ontem a Procter & Gamble, em São Paulo, e a Henkel, em Jacareí.
Os trabalhadores da Ford de São Paulo (base da Força Sindical) e da GM de São José (base da CUT) rejeitaram ontem a proposta do Sinfavea (representa as montadoras), que prevê reajuste de 6,19% em duas parcelas e redução da jornada de trabalho com flexibilização. Os sindicatos querem fechar acordo por montadora.

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