São Paulo, terça-feira, 21 de novembro de 1995
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USP inaugura 'salas de aula do futuro'

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Universidade de São Paulo inaugura no próximo dia 5 duas "salas de aula do futuro" com mais de US$ 500 mil em equipamentos.
Serão as salas de aula com mais recursos informatizados da América Latina. Todos os 40 computadores -PCs da Unisys e Macintosh- serão ligados em rede, terão acesso individual à Internet e poderão ser monitorados pelo professor.
O ambiente hi-tech se completa com bibliotecas de CD-ROM -que podem ser acessados diretamente de cada computador-, TVs, vídeos e até geladeira e forno microondas.
Para professores
Uma das salas será voltada para o 1º grau e a outra para 2º grau e universidade. Inicialmente, vão servir para ensinar professores e profissionais de empresas a trabalharem com esses recursos.
O empreendimento é da Escola do Futuro -Núcleo de Pesquisas das Novas Tecnologias de Comunicação Aplicadas à Educação da USP. Todo o dinheiro para compra de equipamentos foi bancado pela Unisys do Brasil. A Microsoft (empresa que produz programas de computador, como recém-lançado Windows 95) doou toda a sua linha de softwares.
"Decidimos partir para um extremo de sofisticação para mostrar o que é possível se fazer em uma sala de aula desse tipo", afirma o diretor da Escola do Futuro, Fredric Litto, 56.
"Mas, para uma escola, não é necessário tudo isso", acrescenta Litto. Ele defende que toda escola deve ter pelo menos um microcomputador ligado à Internet para ser usado pelos professores e alunos -o que custa pouco mais de R$ 1.500,00.
As novidades na sala começam nas próprias mesas. No lugar de o computador ficar em cima da mesa, ele fica embutido na carteira. A tela do computador é vista por cima de um tampo de vidro -pode aparecer, por exemplo, entre outros papéis colocados sobre a mesa.
"Sala virtual"
A disposição das mesas também inova. Na sala de 1º grau, são dispostas em pequenos círculos, onde os alunos podem trabalhar em conjunto ou individualmente.
Na sala de 2º grau, as mesas são dispostas em quatro fileiras, voltadas umas para as outras, de forma a permitir o debate entre os alunos durante a aula.
"Cada pessoa tem um estilo de aprendizagem e esse ambiente permite que cada um aprenda da sua forma", diz Litto.
Mesmo trabalhando sozinho, o aluno pode estar em contato com o mundo através da Internet -o que leva à noção de uma "sala de aula virtual".
"Num futuro bem próximo será possível integrar escolas lá no Acre com as melhores daqui de São Paulo", diz Geraldo Medaglia, 33, gerente de projetos senior da Unisys.

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