São Paulo, terça-feira, 21 de novembro de 1995 |
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Bolsa paulista fecha em baixa de 2,39%
JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
O formato definitivo da solução adotada, que separou o lado bom do lado podre do Banco Nacional, mostrou, segundo os analistas do mercado, que o banco não enfrentava um mero problema de iliquidez momentânea (falta de recursos por conta de saques), mas um problema patrimonial. Como dizem, o buraco era mais embaixo. O mercado, é óbvio, já suspeitava disso. A fórmula adotada transformou a suspeita em certeza. É como diz o ex-ministro Mário Henrique Simonsen: nenhum banco morre de repente. Na verdade, o que estava emperrando o negócio era a própria situação do banco. Pela fórmula encontrada, o BC vai arcar com o "rombo". Os analistas, de forma unânime, consideram que vai custar menos assim do que eventualmente custaria a simples liquidação. É disso que se trata, afirmam. Era ou a solução acordada no final de semana ou a liquidação, que, temiam os analistas, poderia provocar nova onda de desconfiança, com consequências imprevisíveis. O exemplo sempre lembrado é o venezuelano. Um dos principais bancos quebrou e provocou um efeito dominó que atingiu bancos, a economia e a estrutura política. Logo, as ações do Nacional (cuja negociação em Bolsa continua suspensa, assim como as do Unibanco) valem zero. Segundo calcula o mercado, os acionistas minoritários do Nacional perderam US$ 250 milhões -sendo US$ 100 milhões de investidores estrangeiros. Intranquilidade nas Bolsas, relativa calma nos mercados de juros e dólar -que tentou puxar as cotações por conta do feriado desta semana nos EUA, o de Ação de Graças, e não conseguiu. O Tesouro começou a transferir para Estados e municípios a parte que lhes cabe dos impostos. Hoje, o Tesouro paga ao funcionalismo. É dinheiro entrando no sistema e empurrando os juros para baixo. O BB continuou tomando recursos no mercado interbancário, pagando juros mais altos do que a média dos negócios realizados. Texto Anterior: Globo faz parceira em TV por satélite na AL Próximo Texto: Wal-Mart quer clientela do Carrefour Índice |
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