São Paulo, terça-feira, 21 de novembro de 1995 |
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Hitchcock chega à fórmula perfeita
INÁCIO ARAUJO
Mas é a CNT/Gazeta quem se destaca de fato, ao desencavar a "Intriga Internacional" de Hitchcock (20h). A bem da verdade, é improvável que os dedos das duas mãos bastem para contar o número de vezes em que o diretor filmou mais ou menos a mesma história. Um homem (Cary Grant) é confundido com um assassino e tem de fugir da polícia enquanto busca os verdadeiros criminosos. Como a cada vez que retomou seus filmes de trajetória, existe uma mocinha que reluta em ajudá-lo (Eva-Marie Saint, no caso). Desta vez, há também uma organização de espionagem por trás da desgraça que atinge o herói, liderada por James Mason. Deveria ser monótono, mas Hitchcock propõe, primeiro, um fascinante percurso, que começa no prédio da ONU, em Nova York, e vai até o Monte Rushmore (onde há, esculpidos, os bustos de vários presidentes dos EUA). No caminho, há ainda um momento absurdamente notável, quando Cary Grant é perseguido por um avião num campo aberto. Aqui, Hitchcock mergulha no pleno inverossímil (terreno que não desprezava), de onde extrai uma sequência de tirar o fôlego. "Intriga Internacional" foi também uma maneira de o mestre britânico se reabilitar de dois filmes de enorme empenho pessoal ("O Homem Errado" e "Um Corpo que Cai") que não deram, na bilheteria, o que ele esperava. Era sua maneira de agir: quando alinhavava uma série de frustrações na bilheteria, voltava ao seu porto seguro, às fórmulas que dominava com perfeição. E perfeição é, no caso, a palavra. (IA) Texto Anterior: Aprovamos mas SIVAMos faturar quanto? Próximo Texto: 'Túmulo' une Karloff e Lugosi Índice |
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