São Paulo, terça-feira, 21 de novembro de 1995 |
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Adiado para hoje possível acordo de paz na Bósnia
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
"Nós não fracassamos, continuamos a negociar", disse o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Nicholas Burns. Os aviões de pelo menos duas das delegações estavam prontos para decolar de uma das pistas da base aérea Wright-Patterson. Negociadores disseram que após reunião de 22 horas e meia, que terminou na manhã de ontem, não havia garantia de acordo. Participaram da reunião os presidentes de Sérvia, Croácia e Bósnia, e o secretário de Estado dos EUA, Warren Christopher. Os encontros continuaram durante o dia e poderiam se estender outra vez pela madrugada. "Sendo realista, acho que sairemos daqui com um acordo parcial", disse na noite de ontem um dos negociadores à agência "France Presse". A extensão e limites de um corredor para ligar os sérvios na Bósnia ao mar Adriático e o status de Sarajevo, capital da Bósnia, são os dois assuntos que mais dividem os líderes da ex-Iugoslávia. Eles estão reunidos desde o dia 1º numa base da Força Aérea dos EUA para um esforço que o secretário Christopher classificou como "derradeiro" para se obter a paz. Se Slobodan Milosevic, da Sérvia, Franjo Tudjman, da Croácia, e Alija Izetbegovic, da Bósnia, conseguirem chegar a um entendimento, uma força internacional de paz de 60 mil soldados se encarregará de implementá-la. Mike McCurry, porta-voz da Casa Branca, sede do governo dos EUA, disse que o presidente Bill Clinton está à disposição dos líderes da ex-Iugoslávia para se juntar a eles nas negociações. Mas, segundo ele, não há nenhum plano, por enquanto, para o presidente se deslocar de Washington para Dayton. "Não há indicação de que isso seja necessário, por enquanto." Tem-se como certo que, se for divulgado um acordo, Clinton estará presente para recolher seus dividendos políticos. Seu governo tem se empenhado há meses em obter a paz na região. O porta-voz do Departamento de Estado afirmou que o desfecho da conferência é imprevisível. Mas o secretário da Defesa, William Perry, se disse "otimista". Segundo poucos e breves relatos que chegam de Dayton, local escolhido para evitar vazamentos de informação, seu clima é com frequência "emocional". O presidente Milosevic é descrito como o participante que discute com mais intensidade, gestos bruscos e entusiasmo. Os EUA ameaçam abandonar os esforços para pacificar a região se essa reunião fracassar. Texto Anterior: Kwasniewski reivindica crédito pela democracia Próximo Texto: ONU estuda fim de sanções à Iugoslávia Índice |
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