São Paulo, terça-feira, 21 de novembro de 1995
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EUA disputam vitória por volta ao trabalho

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Os principais líderes de governo e oposição nos EUA passaram o dia ontem em argumentos sobre quem venceu com o acordo para recolocar a administração federal funcionando a todo o vapor sem Orçamento até 15 de dezembro.
Todos os funcionários públicos federais voltaram ao trabalho depois de seis dias em que 800 mil deles, considerados não-essenciais, folgaram sem vencimento.
O líder da oposição no Senado e principal aspirante à candidatura presidencial do Partido Republicano em 1996, Bob Dole, disse que é fácil definir quem ganhou: "Nós éramos os únicos felizes".
No Congresso, ao contrário, Dole, o presidente da Câmara, Newt Gingrich, e outros, falaram longamente e trocaram abraços e cumprimentos.
Significativamente, foi Dole quem fez o anúncio do acordo pelos republicanos, não Gingrinch, que havia sido o porta-voz do grupo durante toda a semana passada.
Gingrich lidera a ala mais radical da oposição. Dole defendia a possibilidade de uma trégua com a Casa Branca, sede do governo.
Ontem, Dole procurou endurecer sua posição, depois que seu principal oponente na disputa da candidatura, senador Phil Gramm, o acusou de ter traído os princípios do partido com o acordo.
Dole disse que nas negociações entre governo e oposição sobre o Orçamento até 15 de dezembro, quando termina a autorização para o funcionamento provisório da administração, ele será "rígido".
Gramm terminou em segundo lugar, com mais votos do que os previstos, numa convenção informal de republicanos no Estado da Flórida no fim-de-semana. Dole venceu, como se antecipava.
Se até 15 de dezembro não houver um Orçamento aprovado para o ano fiscal de 1996, iniciado em 1º de outubro, o governo pode parar de novo.
Gingrich disse ontem que na segunda-feira que vem vai anunciar sua decisão sobre concorrer ou não à Presidência em 1996.
Para chegar ao acordo, o governo concordou com o objetivo de equilibrar o orçamento até 2002 e a oposição, com o de preservar os benefícios sociais para educação, saúde, previdência e ambiente.
O governo também aceitou trabalhar com os números coletados pelo Congresso, mas a oposição concordou em, antes de fixá-los, consultar a Casa Branca e economistas independentes.

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