São Paulo, quinta-feira, 23 de novembro de 1995
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Ex-secretário do MA é criticado por entidades

FÁBIO ZANINI
DA AGÊNCIA FOLHA

Os representantes de entidades de direitos humanos do Maranhão condenaram as declarações dadas anteontem pelo ex-secretário de Segurança Pública do Estado Celso Seixas.
Seixas, exonerado do cargo, afirmou ser "treinado para o exercício cívico da violência". O secretário comandou os soldados da PM que espancaram três assaltantes rendidos na última sexta-feira, em São Luís (MA).
"Não sei se é para rir ou para chorar", disse José Ribamar Araújo, 30, secretário-geral da comissão de direitos humanos da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) no Estado.
"O secretário juntou, numa frase, dois conceitos que não podem ser misturados: violência e civismo", afirmou Araújo.
Segundo ele, o termo violência tem caráter "desagregador" e o civismo é um elemento "integrador" da sociedade. "Infelizmente, o secretário confundiu energia, que era necessária, com violência e covardia."
O vice-presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) no Estado, José Caldas Góes, 60, afirma que houve excesso na ação da polícia.
"O secretário não pode agir dominado por emoção, tem de ter equilíbrio e, isso, nem de longe ele teve", afirmou Góes.
"Há uma violência institucionalizada na polícia. A violência se justifica em situações muito particulares, não a todo o momento, como acha o secretário", disse.
A ação também foi criticada pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, João Paiva (PSC). "Não concordo que se pratique violência contra bandidos desarmados e algemados", disse.

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