São Paulo, sexta-feira, 24 de novembro de 1995 |
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Sarney pede punição de responsáveis
RAQUEL ULHÔA
Na noite anterior, em jantar com jornalistas, Sarney atribuiu o episódio à disputa pelo poder entre os assessores presidenciais. "O metro quadrado do Palácio do Planalto é disputado como boca de macumba", disse o senador. Para Sarney, "o presidente tem que ir a fundo na apuração desse assunto, porque, da forma como a escuta foi feita, é uma ameaça constante ao governo e ao direito constitucional de privacidade de todo o cidadão". No jantar, Sarney disse que a possibilidade de haver grampo nas linhas telefônicas sempre preocupou os governos. Ele próprio, quando presidente, evitava tratar de assuntos delicados por telefone. "O gabinete do presidente passa por uma varredura periódica, mas o problema é que quem coloca o grampo é quem faz a varredura", disse. O senador lembrou que o ex-presidente Getúlio Vargas usava "um caderninho" para dar determinações a seus assessores, como forma de garantir o sigilo. Sivam Sarney disse que o governo brasileiro terá que instalar o Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia), porque assumiu compromissos com o governo dos Estados Unidos para fazê-lo. "Se o Brasil não fizer isso, outro país fará, violando nossa soberania. E nós não vamos gostar", afirmou. Ele acha que o Senado não deve discutir aspectos técnicos do projeto Sivam, como o contrato assinado entre o governo e a empresa norte-americana Raytheon, mas limitar-se a analisar o pedido feito pelo governo de autorização para contratação de empréstimo externo no valor de R$ 1,4 bilhão. Texto Anterior: Câmara convoca alto escalão do governo Próximo Texto: Eduardo Jorge trabalha para americanos Índice |
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