São Paulo, sexta-feira, 24 de novembro de 1995
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"A estimativa de déficit deve ser corrigida"

DA REPORTAGEM LOCAL

O economista Raul Velloso considera que os números do Banco Central relativos ao resultado primário do governo devem ter "problemas metodológicos".
"A minha estimativa era que o superávit primário crescesse em R$ 500 milhões e não diminuísse nessa mesma proporção, como o BC informa", diz.
Para Velloso, que é consultor especializado em finanças públicas, a inflação negativa registrada em setembro é responsável pela distorção dos cálculos do BC, que "deve ser corrigida".
"Não houve nenhuma mudança significativa na estrutura dos gastos federais que justificasse uma piora tão grande nas contas do governo", avalia o economista.
No caso da conta de juros, na qual o governo federal gastou R$ 2 bilhões a mais em comparação com o mesmo período de 94 -segundo cálculos de Velloso-, a razão é que setembro foi quando as taxas atingiram o "pico".
Já a queda de R$ 4 bilhões no superávit primário de Estados e municípios, ele atribui ao pagamento de "dívidas dos governos anteriores".
Na conta de juros dos Estados e municípios, a situação é agravada pelos Adiantamentos de Receitas Operacionais, que são empréstimos a juros de mercado.

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