São Paulo, sexta-feira, 24 de novembro de 1995 |
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Sequestro acaba em tiroteio em SP
CRISPIM ALVES; ANDRÉ LOZANO
Ela saía para trabalhar quando foi abordada por dois homens que estavam em uma moto branca. Eles a colocaram dentro de seu carro e partiram. Rosa é diretora-executiva da estamparia Salette, que também fica em Perdizes. Ela foi libertada ontem por volta das 14h, logo após uma ação de policiais da Delegacia Especializada Anti-Sequestro (Deas), que foram ao local combinado para o pagamento do resgate e surpreenderam dois dos sequestradores. Um deles, Nivaldo Menezes, 25, que cumpria pena em regime semi-aberto na penitenciária de Franco da Rocha, foi baleado e está internado em estado grave no Hospital das Clínicas. O segundo fugiu na moto. O terceiro sequestrador estava com a executiva em um Del Rey e fugiu com o carro após desconfiar da presença dos policiais. Antes da fuga, Rosa foi libertada. O primeiro contato telefônico dos sequestradores com a família aconteceu na tarde de anteontem. Foram vários telefonemas durante o dia e a noite. A polícia foi acionada pelo irmão da vítima, Ernesto Andreotti. Segundo o delegado Maurício Guimarães Soares, titular da Deas, os sequestradores pediram resgate de R$ 100 mil. O valor baixou para R$ 50 mil e, após nova negociação com a família, ficou em US$ 33 mil. A polícia trabalha com a hipótese de que o sequestro teria sido cometido por vingança de ex-funcionários da estamparia. Nivaldo teria dito que o sequestrador que estava com Rosa no carro era ex-funcionário da estamparia. Segundo a família, Rosa passa bem e não quer dar entrevista. Ela disse que o seu cativeiro foi um hotel simples, mas não sabe identificar em que região da cidade. Testemunhas contaram que os dois sequestradores chegaram de moto à rua Paris por volta das 13h30. Eles estacionaram a moto na esquina das ruas Paris com dr. Paulo Vieira e ficaram aguardando o dinheiro do resgate. A dez metros dos sequestradores estava estacionada uma Ipanema branca da polícia. Os dois policiais saíram do carro cerca de dez minutos depois que os sequestradores haviam chegado e deram voz de prisão aos dois homens. Um dos sequestradores conseguiu fugir com a moto e o outro tentou a fuga correndo. Segundo testemunhas, durante a fuga, os policiais e um dos sequestradores trocaram tiros. A polícia acertou a perna e as costas do sequestrador que estava correndo e ele caiu em frente à casa de número 552, na rua Paris. Moradores que não quiseram se identificar contaram que os dois policiais se aproximaram do sequestrador ferido e começaram a espancá-lo, dando-lhe coronhadas na cabeça. "Não dava para saber se homem baleado era moço ou velho, porque ele estava coberto de sangue. A gente só ouvia os policiais perguntarem onde estavam os outros bandidos", disse um morador. Testemunhas disseram ter visto um dos policiais retirar um aparelho do carro e aplicar choques no sequestrador baleado. Em poucos minutos chegaram cerca de 20 policiais, todos à paisana. Moradores contaram que os policiais mandavam as pessoas entrarem em suas casas. Depois de um tempo, o homem baleado foi levado por uma ambulância. Texto Anterior: Juíza que julgou chacinas morre no Rio; O NÚMERO; Reforma no ensino gera protesto em Rio Preto; Acidente no Playcenter de São José fere 12; QUINA Próximo Texto: Pai nega pagamento de resgate Índice |
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