São Paulo, sexta-feira, 24 de novembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Passeata contra violência divide a CUT

FERNANDO MOLICA
DA SUCURSAL DO RIO

A participação na passeata contra a violência marcada para o próximo dia 28 provocou uma divisão na CUT (Central Única dos Trabalhadores).
Ontem, a CUT nacional e representantes de alguns dos maiores sindicatos filiados à CUT-RJ manifestaram seu apoio à passeata, batizada de Reage Rio.
Anteontem, a direção da CUT-RJ divulgara uma nota condenando a participação dos sindicatos no ato.
A nota afirmava que a manifestação era "reacionária" por ser promovida por setores que a direção da entidade considera responsáveis pela violência: empresários, banqueiros e governo.
Ontem, foi a vez de a direção nacional da CUT divulgar sua nota. Assinada pelo secretário-geral da entidade, João Vaccari Neto, a nota cita, entre exemplos de violência, o desemprego, os baixos salários e a concentração de terras.
No documento, Vaccari Neto confirma a participação da CUT no ato. Rui Roosevelt, da executiva nacional da CUT, confirmou que o presidente da entidade, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, estará presente na passeata.
Roosevelt e representantes de sindicatos como os dos bancários, metalúrgicos, médicos e engenheiros foram ontem à sede do Viva Rio -uma das entidades que organizam a passeata- manifestar seu apoio ao ato.
Ele afirmou que os sindicatos que discordam da posição da entidade representam cerca de 80% da base sindical da CUT.
Também presente ao encontro, o vice-presidente do PT do Rio, Raimundo Teixeira Mendes, afirmou que o partido apóia a manifestação.
Segundo ele, parlamentares e militantes do PT participarão do Reage Rio "de forma organizada", ou seja, representando o partido.
Hoje, o grupo que articula o Reage Rio decidirá as mensagens que serão divulgadas durante a manifestação. Segundo Luiz Rodolfo Viveiros de Castro, da organização do ato, haverá a busca de um consenso entre os diferentes setores que participarão da manifestação.
Será feito também um ensaio geral, a partir do meio-dia.

Texto Anterior: Professores marcam ato contra reforma na educação
Próximo Texto: Funqueiros vão participar
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.