São Paulo, sexta-feira, 24 de novembro de 1995 |
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PM acha cocaína em associação administrada por pastor no Rio
DA SUCURSAL DO RIO Mais de 6.000 sacolés (pequenos sacos plásticos) de cocaína -que valem cerca de R$ 150 mil- foram apreendidos ontem na Fábrica de Esperança, na favela de Acari (zona norte do Rio). Três suspeitos de tráfico foram presos.A fábrica, administrada pelo pastor Caio Fábio, presidente da AEVB (Associação Evangélica Brasileira), foi inaugurada em dezembro de 94 e oferece cursos profissionalizantes e creche aos moradores da favela (vizinha à fábrica). A droga foi descoberta durante uma operação da PM na favela. Do alto de uma laje os policiais avistaram oito homens armados no pátio dos fundos da fábrica. Os PMs demoraram a conseguir permissão para entrar no local e trocaram tiros com os oito homens. Cinco fugiram. Até ontem à noite a polícia ainda não tinha identificado os outros três três homens, que foram levados para a 40ª DP. Em uma revista na fábrica os policiais encontraram a droga dentro de um forno desativado. Eles também acharam dois colchonetes e um cobertor. A PM acredita que os traficantes dormiam no local. O coronel Marcos Paes, que comandou a operação, disse que a polícia só vistoriou 50% da área total da fábrica e crê que ainda possa haver droga escondida. O pastor Caio Fábio, em viagem ao Nordeste, não foi localizado pela Folha para comentar o caso. Até ontem à noite a PM procurava os traficantes que fugiram na favela. Houve seguidas trocas de tiros e manifestação da população local contra a ação policial. Passeata O governador do Rio, Marcello Alencar (PSDB), afirmou ontem que, caso seja comprovado algum envolvimento da Fábrica de Esperança com o tráfico de drogas, as consequências podem ser constrangedoras para a passeata Reage Rio, programada para a próxima terça-feira. "Se a Fábrica de Esperança era da desesperança, vai haver uma repercussão séria na manifestação", disse o governador. Mesmo afirmando que ainda é cedo para tirar conclusões e que é preciso ter cautela, o governador disse que "é bom, em certos casos, que algumas organizações sejam desmistificadas". LEIA MAIS Sobre a passeata Reage Rio na Especial 2 Texto Anterior: Vítima acredita que foi apanhada por engano Próximo Texto: Congresso aprova teste pós-faculdade a partir de 96 Índice |
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