São Paulo, sexta-feira, 24 de novembro de 1995 |
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Interventores preparam balanço extraordinário
DA SUCURSAL DO RIO Os interventores do Banco Central no Banco Nacional comunicaram à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que estão preparando um "balanço extraordinário" para apurar a situação econômico-financeira do banco que foi, em grande parte, absorvido pelo Unibanco.Somente ontem o Nacional, sob Raet (Regime de Administração Especial Temporária) do Banco Central, comunicou ao mercado a operação com o Unibanco. As informações, que já haviam chegado no final do dia de anteontem à CVM, foram consideradas insuficientes pelo órgão para liberar a volta das ações do Unibanco ao mercado de capitais, ou seja, à livre negociação nos pregões das Bolsas de Valores. No comunicado, o conselho diretor do Nacional informa que estão sob Regime de Administração Especial Temporária as seguintes instituições: o Banco Nacional, o Banco Nacional de Investimentos, a Sinal S.A. Sociedade Corretora de Valores, a Nacional Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários e a Nacional Leasing Arrendamento Mercantil. O texto informa ainda que no dia 18 deste mês foi assinado entre o Nacional e o Unibanco um contrato de compra e venda de assunção de direitos e obrigações e de prestação de serviços por meio do qual o Nacional transferiu sua atividade bancária para o Unibanco. Os bens transferidos para o Unibanco, segundo o documento, foram a Nacional Companhia de Seguros, o Banco Nacional (Luxemburgo) S.A., a Nacional Leasing, a Cardway Administradora de Cartões de Crédito, a Cardway Processamento Ltda, o Cartão Nacional S.A. e as agências do Nacional em Nassau (Bahamas), Nova York e Miami (Estados Unidos). O balanço que será elaborado pelos interventores do Nacional terá data de 18 de novembro, o dia da venda ao Unibanco e da decretação da Raet. Ele deverá conter o levantamento do que ficou no Nacional após a venda ao Unibanco. Esses dados vêm sendo exigidos pela CVM para liberar as negociações com ações do Unibanco nas Bolsas de Valores, suspensas desde o último dia 13. O balanço deverá revelar também qual é a relação entre os bens e as obrigações do Nacional. Até agora não está esclarecido se os bens do banco mais o R$ 1 bilhão pago pelo Unibanco serão suficientes para cobrir as obrigações do Nacional, inclusive o dinheiro levantado pelo banco no mercado interbancário para fechar suas contas. A necessidade de dinheiro cresceu com a corrida de clientes para retirar depósitos do Nacional nas últimas semanas. Texto Anterior: Fuga de depósitos gerou crise, diz auditor Próximo Texto: Marcílio elogia rapidez do BC Índice |
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