São Paulo, sexta-feira, 24 de novembro de 1995
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Fuga de depósitos gerou crise, diz auditor

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

No dia 30 de setembro, quando fechou seu balanço do terceiro trimestre deste ano, o Banco Nacional já havia recorrido a R$ 2,46 bilhões do mercado interbancário para cobrir a fuga de depósitos e aplicações de clientes.
O número é a diferença entre o total dos depósitos interfinanceiros declarados pelo banco no balanço (R$ 4,54 bilhões) e os os R$ 2,08 bilhões que o banco declara, no mesmo balanço, estarem lastreados em CDBs (Certificados de Depósito Bancário) e debêntures (espécie de título de crédito).
Desse total, R$ 3,43 bilhões estavam lastreados em CDBs e debêntures, ficando um saldo de apenas R$ 300 milhões a descoberto.
Entre um balanço e outro, o valor total das operações sem lastro cresceu 2,16 bilhões.
Fluxo de caixa
No seu relatório, Maciel diz que o banco vinha apresentando saques que afetavam seu fluxo de caixa, necessitando recorrer ao interbancário para fechar suas contas diárias.
O texto diz ainda que a direção do Banco Nacional estava trabalhando para recuperar os depósitos ou para "encontrar uma solução empresarial", que seria a venda do banco.
Com base nesses dados, Maciel rebateu as críticas que vêm sendo feitas ao balanço.
Perda de credibilidade
Maciel sustenta que o problema do Nacional foi exclusivamente de fuga de depósitos, iniciada com a quebra do Econômico.
Segundo ele, o único problema do banco foi a perda de credibilidade nascida a partir da crise do Banco Econômico, em agosto.
O Banco Nacional, segundo o auditor, tinha cobertura contra riscos superior à exigida pela legislação em vigor.

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